Testemunhas da morte de Ágatha estão acuadas, diz advogado

Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio, também afirmou também que não se sabe de onde partiu tiro que matou a menina de 8 anos

  • Por Jovem Pan
  • 25/09/2019 15h04
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Ágatha Félix, de 8 anos. Vítima de bala perdida, ela levou um tiro nas costas na última sexta-feira (20), no Complexo do Alemão

Os pais de Ágatha Félix, de 8 anos, que morreu após ser atingida por um tiro nas costas na noite de sexta-feira passada (20), afirmaram em depoimento nesta quarta-feira (25) que não havia confronto no Complexo do Alemão no momento em que a menina foi baleada. A mãe de Ágatha, Vanessa Salles, disse ainda que o disparo veio de onde estavam policiais militares, mas não soube precisar se o tiro partiu de um dos PMs.

Adegilson Félix e Vanessa Salles, pais de Ágatha, chegaram à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) por volta de 10h20 e não falaram com a imprensa. No início da tarde, o advogado Rodrigo Mondego, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio de Janeiro e que acompanha a família, disse que as testemunhas estão com medo.

“A família quer refutar com veemência a versão de que havia tiroteio no local. Todas as testemunhas por parte da família dizem que não houve tiroteio naquele determinado local, e não sabem de onde partiu a bala. A bala pode ter partido de uma briga de bar, pode ter partido de um marido tentando matar a mulher, pode ter partido de um marginal ou de um policial”, declarou Mondego.

“(A mãe) afirmou que o tiro veio da direção de onde tinha policiais, mas até agora não tem, por parte da família e de outras testemunhas, certeza que partiu diretamente de um policial”, disse.

O advogado ainda afirmou que as testemunhas estão acuadas, e que o motorista da Kombi relatou estar se sentindo ameaçado, mas não deu detalhes. Em depoimento, ele afirmou que mais duas crianças estavam na Kombi, além de Ágatha, no momento do disparo.

“A gente não quer expor mais detalhes por uma questão de segurança das testemunhas. As pessoas moram numa comunidade deflagrada do Rio de Janeiro, têm medo, sofrem pressão de todos os lados”, insistiu.

Apesar disso, Mondego declarou que todos confiam nas investigações sobre a morte a menina. “A gente confia no trabalho da Divisão de Homicídios. A família e a gente acredita que eles possam fazer um bom trabalho para solucionar de onde partiu o tiro que vitimou a Ágatha.”

*Com informações do Estadão Conteúdo

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