The Economist: liberar gravação de Lula e Dilma indica violação de privacidade

  • Por Agência Brasil
  • 18/03/2016 16h45
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Brasília - Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de posse dos novos ministros da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Justiça, Eugênio Aragão; da Secretaria de Aviação Civil, Mauro Lopes e do Chefe de Gabinete Pessoal da Presidenta da República, Jaques Wagner José Cruz/Agência Brasil Posse Lula

A revista britânica The Economist publicou nesta sexta-feira (18) artigo sobre o atual cenário político-econômico brasileiro. No texto, a revista afirma que a decisão do juiz federal Sérgio Moro de liberar a gravação de uma conversa telefônica entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff pode configurar violação de privacidade.

“Liberar a gravação de uma conversa em que uma das partes, nada menos que a presidente, não está formalmente sob investigação e goza de fortes proteções institucionais parece ser uma violação de sua privacidade. No passado, o Sr. Moro pareceu, por vezes, ter ido longe demais em sua obstinada perseguição pela corrupção”, publicou a revista.

Ao tratar especificamente da decisão do juiz federal Itagiba Catta Preta Neto de suspender a nomeação e a posse do ex-presidente como ministro-chefe da Casa Civil, a revista britânica avalia que o confronto entre o governo brasileiro e o Poder Judiciário acaba de ficar “ainda mais estranho e implacável”.

“O papel de Lula seria reunir o Congresso atrás da Sra. Rousseff e, não menos importante, afastar seu impeachment [sob acusação de que ela teria usado artifícios de contabilidade para esconder o tamanho do déficit orçamentário]. Os congressistas devem começar a discutir a moção de impeachment esta semana, depois de meses de disputa processual”, destacou a revista The Economist.

Sob o título Interrupção do retorno de Lula ao governo espalha novos protestos e suspeitas, a publicação sugere que a sobrevivência de Dilma no cargo vai depender, em grande parte, de uma possível decisão do PMDB de permanecer como partido de coalizão. O veredito, segundo a revista, deve sair até a metade de abril.

“A opinião pública – sobretudo a elite empresarial, parcela próxima ao PMDB – pressiona o partido para a saída. Durante comícios na noite do dia 16 de março, a fachada do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na Avenida Paulista, se acendeu com o letreiro: Renúncia já.”

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