Vacina contra Covid-19 anunciada pelo governo federal estará disponível apenas em 2022

Os testes clínicos do imunizante, anunciado pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, devem demorar entre 9 e 12 meses

  • Por Jovem Pan
  • 27/03/2021 13h17
Leonardo Marques/ASCOM-MCTI homem de cabelo branco e máscara Marcos Pontes é o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, anunciou na última sexta-feira, 26, que o governo federal pediu autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testar a vacina brasileira contra a Covid-19. Os testes clínicos do imunizante, porém, devem demorar entre 9 e 12 meses, indicando que a cura para o novo coronavírus só estará disponível ao público em 2022. Quem fez a estimativa foi Helena Faccioli, presidente da Farmacore, empresa de biotecnologia que desenvolveu o produto em parceria com cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). “As fases 1 e 2 terão 360 voluntários e devem durar de 3 a 4 meses. Se somarmos o tempo necessário para a fase 3, a gente prevê que todo o estudo clínico demore de 9 a 12 meses”, disse.

Helena conta que recebeu a garantia do MCTI de repasse de R$ 30 milhões para viabilizar as fases 1 e 2. “Eles já estão nos acompanhando desde o início do projeto, em abril do ano passado. Mas a assinatura do contrato só será feita após o aval da Anvisa para os testes”, explica. A fase pré-clínica recebeu R$ 4 milhões do governo federal. “A vacina demonstrou 98% de proteção nos testes de anticorpos em animais. Também induziu a produção de células T (de defesa) e não gerou efeito colateral”, relatou a presidente da Farmacore.

Helena explica que a vacina utiliza dois componentes: uma partícula nanolipídica e um antígeno, que é a proteína S1 do coronavírus. O primeiro desperta nosso sistema imunológico e o segundo faz o corpo produzir anticorpos específicos para a covid-19. O antígeno foi desenvolvido pela Farmacore e pela USP. Já a partícula nanolipídica foi criada pela empresa americana PDS, parceira do projeto. De acordo com Helena, a partícula terá de ser importada para os testes clínicos, mas, caso a vacina seja aprovada, a produção de todos os componentes será feita no Brasil, conforme acordo com a empresa americana. “Já estamos em fase adiantada de negociação com uma grande indústria nacional para viabilizar a produção”, disse a presidente.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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