Vítimas do atentado em creche de Santa Catarina são enterradas nesta quarta

Cerimônia reuniu centenas de moradores do município de Saudades; entre crianças e funcionários, o ataque deixou cinco mortos

  • Por Jovem Pan
  • 05/05/2021 15h08 - Atualizado em 05/05/2021 16h30
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WILLIAN RICARDO/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO - 05/05/2021 Funeral coletivo das vítimas do ataque à escola infantil Aquarela, na cidade de Saudades, no oeste de Santa Cantarina Funeral coletivo das cinco vítimas do atentado na creche em Saudades, Santa Catarina

As cinco vítimas do atentado na Escola Infantil Pró-Infância Aquarela, em Saudades, Santa Catarina, foram enterradas nesta quarta-feira, 5, no Cemitério Municipal da cidade, após a realização de um velório coletivo. Por volta das 9h da manhã, uma missa de corpo presente foi realizada no Módulo Esportivo do município para que os moradores pudessem prestar homenagens aos bebês Anabela, Sara Luisa e Murilo, que completariam dois anos no segundo semestre de 2021, à professora Keli Adriane Aniecviski, de 30 anos, e à funcionária Mirla Renner, de 20 anos. A celebração religiosa reuniu centenas de pessoas, que acompanharam os familiares durante o trajeto de cerca de seis minutos até o Cemitério Municipal.

O que já se sabe sobre o atentado:

O jovem Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, invadiu a Escola Infantil Pró-Infância Aquarela portando duas armas brancas, compradas recentemente pelo autor. Em coletiva de imprensa na tarde de terça-feira, 4, as autoridades esclareceram que todas as vítimas fatais foram feridas com, ao menos, cinco golpes de facão. Segundo a Polícia Civil, após entrar na escola, às 10h da manhã, o suspeito sacou um facão e golpeou as vítimas. A primeira a ser atingida foi a professora, de 30 anos, que correu para uma sala onde estavam quatro crianças, todas com menos de dois anos, e uma funcionária. Todas foram atingidas pelo autor. Apenas uma das crianças sobreviveu. Em seguida, ele tentou suicídio com golpes contra o próprio pescoço, além de abdome e tórax. Fabiano foi encaminhado para o hospital de Pinhalzinho em estado “gravíssimo”.

A motivação do crime ainda terá que ser esclarecida, mas, de acordo com os investigadores, o perfil do criminoso pode indicar pistas sobre os fatores que o levaram a cometer a tragédia. “Este jovem é um rapaz problemático, que ainda está no ensino médio e sofre bullying na escola. Segundo seus familiares, por conta do bullying, o jovem não queria ir à escola nos últimos tempos. Nos últimos dias, havia se afastado dos poucos amigos que possui”, explicou o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Paulo Norberto Koerich. Quando comprou as armas brancas que usou na ação, Fabiano foi questionado pela irmã para que serviria os instrumentos, Fabiano respondeu — em tom de brincadeira, que usaria para maltratar um animal da família. Apesar de ter adquiridos duas armas, o autor usou apenas uma delas. Na casa do criminoso, a polícia encontrou R$ 11 mil em espécie. No momento do massacre, cerca de 30 pessoas estavam na instituição. Segundo Koerich, o criminoso queria atingir mais crianças, mas não conseguiu porque as outras professoras se trancaram, a tempo, com os alunos nas salas de aula. Para as autoridades, não há nenhum indício de que existam outros criminosos envolvidos na ação.

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