Witzel diz que ‘respeita decisão do STJ’, mas nega que tenha cometido atos ilícitos

Superior Tribunal de Justiça votou por referendar o afastamento do governador durante sessão na tarde desta quarta-feira; Witzel é investigado por irregularidades e desvios na área da Saúde

  • Por Jovem Pan
  • 02/09/2020 18h40 - Atualizado em 02/09/2020 18h44
Guilherme Rodrigues/Estadão Conteúdo O governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel com a mão no rosto STJ decidiu afastar Witzel do cargo de governador por 180 dias na última sexta-feira

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), se pronunciou pelas redes sociais após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de referendar o seu afastamento durante sessão na tarde desta quarta-feira, 2. Witzel escreveu que “respeita a decisão da Corte”, mas reafirmou que “jamais cometeu atos ilícitos”. “Não recebi qualquer valor desviado dos cofres públicos, o que foi comprovado na busca e apreensão. Continuarei trabalhando na minha defesa para demonstrar a verdade e tenho plena confiança em um julgamento justo”, disse.

Witzel é investigado na Operação Tris In Idem, que identificou irregularidades e desvios na área da Saúde e apontou que ele teria recebido propina de R$ 554 mil. Segundo a decisão do STJ, o escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel, foi usado para “escamotear o pagamento de vantagens indevidas ao governador, por meio de contratos firmados com pelo menos quatro entidades de saúde” – o local teria sido usado para repassar valores provenientes de desvios a Witzel. A defesa de Witzel nega que ele tenha recebido propina de R$ 554 mil, conforme diz a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na sessão desta quarta, transmitida ao vivo, os ministros analisaram e detalharam as suspeitas que pesam sobre o governador do Rio.

O advogado do parlamentar, Roberto Podval, afirma que as acusações são baseadas “na palavra de um delator”, ressaltando que não há provas contra o governador. “Tudo o que temos, e essa é a grande crítica da defesa, é uma palavra de um delator [ex-secretário de saúde, Edmar Santos], que foi encontrado com mais de R$ 8 milhões em dinheiro na Europa e no Brasil. Tivemos acesso aos autos por meio dos meios de comunicação, porque o ministro Benedito Gonçalves não prevaleceu a defesa. Então, tudo é baseado nas palavras de um delator, não há prova de absolutamente nada. Para fazer justiça é preciso ouvir o outro lado também”, afirma o advogado, reforçando que Wilson Witzel não foi “sequer ouvido”.

O STJ decidiu afastar Witzel do cargo de governador por 180 dias na última sexta-feira. O vice-governador, Cláudio Castro (PSC), assumiu o cargo. Na publicação no Twitter, Witzel “desejou serenidade à Castro”. “Desejo ao governador em exercício, Cláudio Castro, serenidade para conduzir os trabalhos que iniciamos juntos e que possibilitaram devolver ao povo fluminense a segurança nas ruas e, com isso, a esperança em um futuro melhor.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.