Witzel pede ‘máximo rigor’ em investigação sobre morte de Ágatha
Segundo nota divulgada pelo governo do Rio na tarde deste domingo (22), parentes, testemunhas e o motorista do veículo em que a menina estava já foram ouvidos
O governo do Estado do Rio de Janeiro informou, por meio de nota, que o governador Wilson Witzel determinou “máximo rigor” nas investigações sobre a morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos, vítima de um tiro de fuzil na última sexta-feira (20), no Complexo do Alemão, no Rio. A menina estava na companhia do avô dentro de uma kombi quando foi atingida. Witzel, no entanto, ainda não comentou sobre a morte nas redes sociais ou fez um pronunciamento formal.
Ágatha é a quinta criança vítima de bala perdida no Rio de Janeiro neste ano. Ela foi levada às pressas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu ao ferimento. De acordo com relatos de moradores pelas redes sociais, o tiro teria sido disparado por militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que atiraram contra ocupantes de uma motocicleta em fuga.
De acordo com a nota do governo, a Delegacia de Homicídios da capital, responsável pela investigação da morte de Agatha, já ouviu os parentes da menina, o motorista da Kombi e outras testemunhas. O veículo onde a menina estava no momento do tiro já foi periciado.
Nesta segunda-feira (23), os policiais militares que participaram da ação no local serão ouvidos, e as armas serão recolhidas para realização de confronto balístico.
Após a morte de Ágatha, moradores da comunidade da Fazendinha e todo o Complexo do Alemão protestaram com faixas pedindo o fim das ações violentas da Polícia Militar nas favelas do Rio e carregaram balões amarelos, como ao que Ágatha aparecia segurando em uma das fotos da menina que passaram a circular nas redes sociais.
Autoridades lamentam morte
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou o Twitter para lamentar a morte de Ágatha. “Qualquer pai e mãe consegue se imaginar no lugar da família da Ágatha e sabe o tamanho dessa dor. Expresso minha solidariedade aos familiares sabendo que não há palavra que diminua tamanho sofrimento”, escreveu.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, também se pronunciou sobre a morte da menina e afirmou por meio de nota enviada à Jovem Pan por sua assessoria neste domingo, que “lamenta profundamente a morte da menina Ágatha, é solidário à dor da família, e confia que os fatos serão completamente esclarecidos pelas autoridades do Rio de Janeiro.”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também lembrou a morte de Ágatha e classificou os casos de morte resultantes de ações policiais nas favelas do Rio como “alarmantes”. “Uma política de segurança pública eficiente deve se pautar pelo respeito à dignidade e à vida humana”, escreveu. Mendes também relembrou os dados das mortes no Estado do Rio. “Ágatha é a quinta criança morta em tiroteios no RJ neste ano. Ao total, 16 foram baleadas no período.”.
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