Bulgária lembra queda do comunismo entre nostalgia e decepção

  • Por Agencia EFE
  • 10/11/2014 12h59
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Sófia, 10 nov (EFE).- A queda da ditadura comunista búlgara comemora 25 anos nesta segunda-feira entre a sensação de ignorância, decepção e nostalgia por parte da população, com os jovens admitindo que não sabem nada daquela época enquanto os maiores anseiam pelo pleno emprego, saúde e educação gratuitas.

Em 10 de novembro de 1998, a direção do Partido Comunista da Bulgária destituiu do cargo Todos Yuvkov, que tinha sido o líder máximo do país durante 35 anos.

Com a queda do último ditador, começou uma série de reformas, com a aparição de formações políticas e a transformação do Partido Comunista em um social-democrata, que desembocaram nas primeiras eleições democráticas no verão de 1990.

Um quarto de século depois, 94% dos nascidos após a queda da ditadura reconhecem não saber quase nada daquela época, segundo uma pesquisa publicada hoje pela agência demoscópica “Alpha Research”.

Entre os indagados de 16 a 30 anos, 79% desconhecem o que foi a Guerra Fria e nem são capazes de identificar dirigentes importantes daquele tempo, como o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan; o chanceler alemão, Helmut Kohl; e o próprio Yivkov.

A pesquisa mostra que 40% dos búlgaros jovens não sabem o que foi a queda do Muro de Berlim que marcou o fim dos regimes comunistas.

Outros 92% não são capazes de dizer quais países formavam o então bloco socialista.

Entre os búlgaros a partir de 61 anos, 48% lembram do regime socialista como um “bom tempo” em que não havia desemprego. Era época da industrialização e da gratuidade do ensino e da saúde. Enquanto isso, só 6% falam da falta de direitos e liberdade.

Entre os 1,2 mil indagados, metade considera que a transição da ditadura para democracia fracassou e 29% consideram que saíram perdendo com a mudança de regime.

De todos os objetivos marcados ao começo da transição – liberdade de movimento, entrada na UE e na Otan, propriedade privada, livre mercado, melhora dos salários, mais emprego e Estado de direito- uma quarta parte dos búlgaros estima que só os três primeiros foram completados.

A transição rumo à democracia esteve marcada na Bulgária por greves, o fechamento de fábricas, a quebra de novos bancos privados, privatizações irregulares e uma enorme inflação. EFE

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