Caixa diz que já demitiu quatro funcionários suspeitos de fraude

  • Por Agência Brasil
  • 17/03/2015 14h39
Reprodução Caixa Econômica Federal corta juros para construção

Dez funcionários da Caixa Econômica Federal estão sendo investigados pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude de financiamento imobiliário no Rio de Janeiro. Em operação nesta terça-feira (17), policiais federais fizeram a Operação Dolos para cumprir mandados de busca, apreensão e condução coercitiva à delegacia de 34 pessoas, incluindo os dez servidores federais investigados. Entre os investigados, segundo o superintendente regional da Caixa, José Domingos Martins, quatro funcionários foram demitidos porque infringiram normas internas e, os demais, afastados.

“Esses empregados infringiram normativas internas de controle que visam a dar segurança às operações. Em face dessas ocorrências, ele foram administrativamente enquadrados”, disse.

Ele explica que a fraude foi detectada pela própria empresa por meio de seus órgãos de controle interno e comunicada imediatamente à Polícia Federal. Segundo o delegado Rafael Andreata, avalistas de imóveis e intermediários de transações imobiliárias forjavam documentos para conseguir financiamentos de até R$ 1 milhão. O esquema contava com o apoio de funcionários do banco, inclusive gerentes de agência, que davam o aval para o financiamento mesmo sem que houvesse as garantias devidas.

O grupo supervalorizava o preços de imóveis e até falsificava registros de imóveis que sequer existiam. Entre 2012 e 2013, mais de 100 operações desse tipo foram detectadas pela Polícia Federal, provocando um desvio de R$ 102 milhões nesse período.

De acordo com Andreata, ainda não é possível saber se os vendedores dos imóveis e os supostos compradores participavam do esquema. Mas sabe-se que os intermediários, que recebiam o financiamento, pagavam as primeiras parcelas da dívida para dar uma aparência de normalidade à operação.

Os investigados serão indiciados por crimes como corrupção, associação criminosa, falsificação de documentos públicos, estelionato e peculato. Por enquanto, não foram decretados mandados de prisão. Apenas um dos investigados, um homem que trabalhava com intermediação imobiliário – apontado como cabeça do esquema – foi preso, em flagrante, por porte ilegal de arma.

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