Chanceler de Uganda é eleito ministro da Assembleia Geral da ONU

Nações Unidas, 11 jun (EFE).- O ministro das Relações Exteriores de Uganda, Sam Kutesa, foi eleito nesta quarta-feira presidente da Assembleia Geral da ONU, uma nomeação envolvida em polêmica pelas leis contra os homossexuais aprovadas no país africano.

Kutesa, que terá mandato de um ano e tomará posse em setembro na abertura do 69º período de sessões, foi eleito por aclamação, ao contar com o sinal verde dos países africanos, a quem correspondia este ano a proposição de um candidato.

Sua candidatura, no entanto, provocou críticas de ONGs, cidadãos e alguns políticos que consideram que o ministro ugandense não deveria representar a ONU por causa da legislação contra homossexuais aprovadas este ano em seu país.

“Há sérias dúvidas sobre o compromisso de Sam Kutesa com os valores da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, disse hoje à Agência Efe Maria Burnett, pesquisadora sênior da divisão da Human Rights Watch para a África, que considerou muito problemático o dirigente presidir o órgão que supervisiona o trabalho do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Burnett lembrou que Kutesa defendeu, entre outras coisas, a “profundamente discriminatória” lei sobre homossexualidade, duramente criticada pela própria ONU e por boa parte da comunidade internacional.

Nos últimos dias, uma petição lançada na internet para pedir aos Estados-membros que se opusessem à nomeação reuniu mais de 13 mil assinaturas. E vários senadores americanos se manifestaram publicamente contra a eleição do ministro ugandense.

O posto de presidente da Assembleia Geral, cargo com caráter principalmente protocolar, é revezado a cada ano entre os continentes e este ano é a vez da África.

Kutesa substituirá John Ashe, de Antígua e Barbuda, que ocupou o cargo durante a 68ª sessão à frente do órgão. EFE