Chef do Arizona potencializa propriedades da maconha com alimentação saudável

  • Por Agencia EFE
  • 29/06/2014 10h37
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Scottsdale (EUA), 29 jun (EFE).- Payton Curry é um renomado chef na cidade de Scottsdale, no estado do Arizona, cuja missão é ensinar as pessoas que têm permissão do governo para comprar maconha com fins medicinais as maneiras de combiná-la com alimentos saudáveis para aumentar o benefício de suas propriedades curativas.

“Acredito que ainda existe muita ignorância sobre as qualidades medicinais da erva”, comentou Curry em entrevista à Agência Efe, enquanto elaborava uma mistura de mel de abelha com Cannabis sativa (nome científico da maconha), um preparado que utiliza frequentemente em crianças que sofrem com convulsões ou têm câncer.

Curry, graduado no Instituto Culinário da América, se dedica há três anos a dar aulas fora de casa, onde ensina os pacientes a preparar diversos pratos e doces com a maconha como ingrediente, mas que sigam os parâmetros de uma dieta saudável.

“É incrível quando recebo mensagens de histórias de pessoas com câncer que ganharam peso depois do primeiro mês com a dieta”, confessou o chef.

A popularidade de suas aulas particulares aumentou tanto que pela primeira vez ele fará uma palestra para 50 pessoas em um de seus dois restaurantes em Scottsdale.

Jamie J, sócio de Curry e terapeuta do centro 420 Patients, explicou à Efe que os pacientes têm vários formatos disponíveis para consumir as doses recomendadas de maconha: vapor, cremes, azeites, concentrada e, claro, fumando, da maneira tradicional.

Curry, que consome maconha para tratar depressão e ansiedade, confessou que em determinado momento viu uma oportunidade de usar seus conhecimentos culinários para ajudar as pessoas a prepararem produtos saudáveis e, nesse sentido, se considera um “pioneiro” no assunto.

“Atualmente o que se encontra para comer com cannabis geralmente são doces, o que significa açúcar e mais açúcar, e farinhas, que em grande quantidade não fazem bem ao corpo”, explicou o chef, que vem de uma família de médicos.

Ele reconheceu que ainda há muita desconfiança sobre o uso da maconha, e elogiou a iniciativa de estados como Colorado e Washington, que a legalizaram inclusive para uso recreativo.

“Acho que a principal oposição não vem só do governo, mas das companhias farmacêuticas”, refletiu Curry.

Quanto ao desconhecimento sobre a maconha, ele explicou que para as crianças que sofrem de convulsões violentas são necessárias somente algumas gotas do extrato para evitá-las, e que isso não gera nenhum tipo de dependência (“são os mesmos sintomas deixados pelo açúcar ou pela cafeína”), nem envolve o risco de uma morte por overdose.

“Acho que as pessoas não entendem o uso da maconha até que eles mesmos, ou alguém querido, fique doente. Aí então, elas passam a buscar uma alternativa”, analisou o chef, que oferece consultas gratuitamente para crianças.

Em 2010, os eleitores do Arizona aprovaram a iniciativa 203 que legalizou o uso da maconha para fins medicinais. Quem quiser comprá-la precisa cumprir com certos requisitos e comparecer a um médico para obter uma receita e pagar uma taxa de US$ 400. EFE

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