China ameaça retaliar Mianmar se bombas voltarem a atingir seu território

Pequim, 15 mar (EFE).- O vice-presidente da Comissão Militar Central da China, general Fan Changlong, ameaçou Mianmar neste sábado com “ações firmes e decisivas” se incidentes como o de sexta-feira voltarem a acontecer, a morte de quatro camponeses chineses atingidos por uma bomba vinda do país vizinho.

Em uma conversa telefônica mantida ontem à noite com o comandante-em-chefe dos Serviços de Defesa de Mianmar, Min Aung Hlaing, Fan pediu que Mianmar puna “severamente” aos responsáveis destas mortes, pedir desculpas e compensar as famílias das vítimas, destacou a agência oficial “Xinhua”.

Min Aung Hlaing assinalou em sua conversa com o general Fan que enviará investigadores ao local onde a bomba caiu e que os responsáveis serão punidos.

Na sexta-feira uma bomba atingiu um canavial próximo à fronteira chinês-birmanesa, matando quatro pessoas e ferindo nove na parte chinesa.

Estes tipos de incidentes são consequência do conflito em território birmanês entre as forças armadas de Mianmar e a minoria kokang, enfrentamentos que também provocaram a fuga de 60 mil refugiados para o território chinês.

O vice-presidente da Comissão Militar Central também denunciou ontem que caças birmaneses cruzaram várias vezes o espaço aéreo do gigante asiático, e lembrou que em 8 de março uma casa na China, também perto da fronteira, sofreu danos devido a uma troca de tiros entre os kokang e o exército de Mianmar.

Antes da conversa entre os comandantes militares dos dois países, o embaixador de Mianmar em Pequim, Thi Linn Ohn, foi convocado pelo governo chinês para receber um protesto formal.

Após o incidente China enviou quatro caças de suas Forças Aéreas com a missão de sobrevoar a fronteira entre os dois países para vigiá-la e dissuadir aviões birmaneses de a atravessarem.

Mianmar sofre há décadas com conflitos entre o governo e minorias étnicas de sua periferia. EFE