Consumo de gás natural bate novo recorde, consequência da crise hídrica
Rio de Janeiro, 2 jun (EFE).- O consumo de gás natural registrou um novo recorde histórico em abril pelo segundo mês consecutivo, consequência do aumento do consumo elétrico e do sub rendimento do setor hidrelétrico, principal fonte de energia elétrica do país, informou nesta segunda-feira a Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
O consumo diário de gás chegou aos 77,2 milhões de metros cúbicos em abril, 3,3% a mais que no mês anterior, e o mais alto desde 1991, quando a distribuição de gás natural começou a ser medida.
O setor da geração elétrica (principalmente o termoelétrico) foi o principal responsável pelo aumento, com uma alta de 4,8% em relação ao mês anterior e de 38,7% em comparação com o mesmo período de 2013.
Os lares brasileiros também mostraram um forte aumento no uso desta fonte de energia em comparação com abril de 2013 (+9,2%), seguidos pelo segmento comercial (+7,2%) e pela indústria (+0,8%), segundo dados da Abegás.
Em março deste ano o Operador Nacional do Sistema Elétrico do Brasil (ONS), que coordena a geração Y de transmissão de energia no sistema elétrico nacional, decidiu ampliar o uso de energia termelétrica para suprir o pouco potencial das usinas hidrelétricas, que estão com as reservas de água em níveis mínimos.
Ao mesmo tempo em que algumas regiões do país sofrem uma das piores secas das últimas décadas, o governo prevê aumento do consumo nos próximos meses por causa da Copa do Mundo e da chegada do inverno, neste caso principalmente no sul do país.
Mês passado a ONS afirmou que o país conta com reservas suficientes para responder à demanda elétrica até novembro.
Os níveis de água do sistema hidrelétrico brasileiro, responsável por dois terços da produção elétrica nacional, estão com 29,5% da capacidade, os mais baixos desde 1931, segundo a Empresa de Pesquisa Energética.
Para diminuir este impacto o governo federal lançou algumas medidas para reduzir o consumo de água e para afastar o “fantasma” do racionamento, que vão de descontos na fatura para usuários que economizarem até o investimento em fontes de energia alternativa, e além de mais gasto público em infraestrutura energética. EFE
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