Cristina Kirchner se nega a depor sobre fraude bancária estatal e diz ser vítima

  • Por Agência Estado
  • 13/04/2016 17h39
EFE Cristina Kirchner

A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner se negou a depor em uma investigação sobre fraude bancária estatal, comparecendo ao tribunal para se declarar vítima de perseguição política, com um discurso inflamado semelhante aos que ela dava quando estava no governo.

Milhares de partidários estavam agrupados do lado de fora do tribunal e aclamaram quando Cristina foi levada por oficiais para ser interrogada a portas fechadas, comemorando de novo quando ela saiu pouco tempo depois. Eles seguravam cartazes com os dizeres “Não toquem em Cristina!” e “Nós voltaremos” ao poder

O juiz Claudio Bonadio chamou Cristina para testemunhar sobre seu suposto papel na decisão do Banco Central de vender dólares no mercado futuro com preços artificialmente baixos, meses antes de deixar a presidência em dezembro. Até o momento, há uma grande diferença entre a taxa oficial do peso contra o dólar e a taxa de negociação no mercado paralelo.

Bonadio disse que a venda de dólares abaixo da taxa de mercado custa ao Estado cerca de US$ 5,2 bilhões, e permite que compradores ganhem muito dinheiro com a transação. Cristina negou ter cometido qualquer forma de crime.

Cristina, acompanhada por seu advogado, entregou a Bonadio uma declaração escrita que dizia: “Somente em exercício de abuso do poder judicial para esse caso ir adiante.”

Em seu discurso, a ex-presidente reagiu às críticas e disse que não tinha nada a esconder. “Eles podem me chamar (para depor) 20 vezes. Eles podem me prender, mas eles não vão me impedir de falar o que eu penso”, disse ela a milhares de espectadores.

Bonadio tem dez dias para decidir se acusa Cristina ou desiste de investigá-la. Cristina, que esteve no poder entre 2007 e 2015, não tem foro privilegiado.

Quando a ex-presidente decidiu não concorrer a outro cargo no governo ano passado, ação que concederia a ela certas proteções, aliados afirmaram que esse era um indicativo da inocência de Cristina em relação a diversas alegações que envolveram ela e seu governo durante anos.

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