Damasco acusa ONU e seu mediador de obstruir conferência de paz de Genebra
Damasco, 23 abr (EFE).- O governo de Damasco acusou nesta quarta-feira a ONU e seu mediador Lakhdar Brahimi de obstruir as conversas de paz entre as autoridades sírias e a oposição, que ocorreram em Genebra no início do mês.
Em um comunicado, divulgado pela imprensa oficial síria, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores atribuiu à ONU, a Brahimi e aos países “que apoiam o terrorismo” a intenção de dificultar a implementação da convenção de Genebra 2.
O porta-voz classificou Brahimi de “parcial” e de não ser um mediador justo.
Brahimi e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiram há dois dias que a convocação de eleições presidenciais na Síria, marcadas para 3 de junho, representa um obstáculo para as conversas de paz.
“Os dois avisaram repetidamente que a realização de eleições nas atuais circunstâncias, com um conflito em curso e com deslocamentos (de população) massivos, danificará o processo político e dificultará as perspectivas de uma solução política”, disse o porta-voz de Ban, Stéphane Dujarric.
A nota do Ministério das Relações Exteriores sírio defende que a convocação e a abertura do prazo de registro de candidatos se ajustam à Constituição e estão de acordo com a vontade do povo, que aprovou a Carta Magna.
O texto ressaltou que a decisão de realizar a votação é soberana da Síria, e o país rejeita qualquer ingerência estrangeira.
Além disso, o porta-voz sírio argumentou em que a legitimidade se decidirá nas urnas em uma eleição que terá mais de um candidato pela primeira vez na história do país, “apesar dos obstáculos que alguns procuram pôr no caminho do povo sírio”. EFE
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