Delegações sírias seguirão com negociações apesar das diferenças
Genebra, 27 jan (EFE).- Representantes das delegações sírias do governo e da oposição que participam do processo de paz em Genebra asseguraram que não vão abandonar as negociações, apesar do mediador Lakhdar Brahimi ter sido obrigado a suspender a reunião da manhã desta segunda-feira em função das divergências entre as partes.
“Viemos aqui de uma maneira séria, responsável e paciente. Agora é muito cedo. Seguiremos tentando. Assistimos a uma nova dinâmica diplomática em relação ao que vimos nos dois últimos anos”, afirmou um integrante da delegação opositora, Monzer Akbik.
Em nome do regime, a assessora presidencial Buzaina Shabaan ressaltou que “a equipe do governo não tem intenção de finalizar as negociações em Genebra”.
“Seguiremos ainda que não façamos progressos, porque é o futuro da Síria e de nossa gente o que está em jogo”, disse.
O que motivou a suspensão da reunião desta manhã foi o fato da delegação do regime ter trazido uma lista de princípios para se discutir, o que incomodou a oposição.
A oposição considera que as partes devem partir de uma base comum, o Comunicado de Genebra, documento criado pela comunidade internacional em junho de 2012 e sobre o qual o processo de paz se baseia.
A conselheira do presidente Bashar al Assad afirmou que a lista enfatiza aspectos como “a soberania e a integridade territorial da Síria”, assim como a “rejeição a toda forma de ditadura ou de intervenção estrangeira, direta ou indireta, nos assuntos internos do país”.
“A declaração também contém uma disposição contra o terrorismo e todas as formas de extremismo e convoca terceiros países a deixar de apoiar grupos terroristas”, acrescentou.
O documento foi totalmente rejeitado pela delegação opositora, que o considera uma tentativa do regime de “desviar o processo de paz de seus objetivos”, que, segundo insistem, é a criação de um órgão de governo transitório.
“A declaração do regime era claramente um desvio do objetivo. Nós queríamos discutir sobre assuntos que o regime não queria. Eles só queriam falar de terrorismo”, disse Murhal Jouejati, delegado da Coalizão Nacional Síria (CNFROS). EFE
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