Dezenas de professores mexicanos atacam residência do governador de Guerrero

  • Por Agencia EFE
  • 29/10/2014 23h17

Chilpancingo (México), 29 out (EFE).- Dezenas de professores atacaram nesta quarta-feira a residência oficial do novo governador de Guerrero, Rogelio Ortega, ao término de uma manifestação para pedir sua renúncia e o retorno com vida dos 43 estudantes desaparecidos há um mês, testemunhou a Agência Efe.

Cerca de 70 integrantes da Coordenadora Estatal de Trabalhadores da Educação em Guerrero (Ceteg) encapuzados e com paus e pedras na mão tentaram derrubar uma das portas da residência, localizada em Chilpancingo, capital do estado de Guerrero.

As forças de segurança responderam com tiros e pedras, o que enfureceu os professores, que utilizaram um poste de madeira para derrubar a porta e incendiaram um veículo oficial.

Outros 500 agentes anti-distúrbios foram destacados para reforçar a segurança da residência, o que dissuadiu o grupo de manifestantes.

O incidente aconteceu no final de uma manifestação que contou com cerca de mil professores da Ceteg, um sindicato que protagonizou vários protestos contra a reforma educional promovida pelo presidente Enrique Peña Nieto e agora pelo desaparecimento dos estudantes.

Os professores exigem a renúncia de Ortega, que no domingo passado foi eleito pelo Congresso de Guerrero como governador interino em substituição a Ángel Aguirre, porque não foi eleito pelo povo, e reivindicam informações sobre a localização dos 43 estudantes desaparecidos.

Aguirre, do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), renunciou na quinta-feira passada pressionado pelo mal-estar social gerado pelos incidentes violentos de 26 de setembro em Iguala.

Nesta noite os policiais atacaram a tiros estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa supostamente por ordens do então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, causando a morte de seis pessoas e feriu outras 25.

Além disso, de acordo com a investigação, os policiais detiveram 43 estudantes e os entregaram ao cartel Guerreros Unidos, cujo líder, Sidronio Casarrubias, ordenou seu desaparecimento achando que se tratavam de membros dos Vermelhos, uma quadrilha rival. EFE

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