Diplomata que ajudou em fuga de senador boliviano é suspenso do Itamaraty

  • Por Agencia EFE
  • 10/04/2015 20h52
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Brasília, 10 abr (EFE).- O Ministério de Relações Exteriores puniu, com uma suspensão de 20 dias, o diplomata que ajudou na fuga do senador opositor boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil.

A sanção que lhe foi imposta ao diplomata brasileiro Eduardo Saboia pela Corregedoria do Itamaraty foi publicada no boletim interno do órgão nesta sexta-feira, um ano e oito meses depois do incidente que provocou um conflito diplomático entre os países.

A suspensão foi o resultado de um processo disciplinar interno para determinar a responsabilidade de Saboia em um caso de ruptura da hierarquia, por ter ajudado na fuga do parlamentar boliviano sem autorização nem conhecimento do governo brasileiro.

Saboia admitiu aos seus superiores que Pinto Molina foi transportado em um automóvel oficial da embaixada, escoltado por soldados brasileiros, até a cidade de Corumbá, onde chegou em agosto de 2013 sem que o governo boliviano tivesse expedido o devido salvo-conduto.

Dali viajou para Brasília em um avião fretado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro, Ricardo Ferraço, que o recebeu em Corumbá.

O senador boliviano permaneceu hospedado durante 445 dias, desde 28 de maio de 2012, na embaixada do Brasil em La Paz, onde esperava asilo político e o salvo conduto do governo boliviano para viajar.

Saboia, que na época era encarregado de negócios da embaixada e substituia temporariamente ao embaixador, alegou ter insistido várias vezes para que o Itamaraty tomasse uma decisão sobre a situação de Pinto Molina, que sofria depressão e problemas renais.

O diplomata alegou que inclusive solicitou sua mudança para outro país diante da demora do governo em resolver a situação.

O incidente gerado com a Bolívia pela saída de Pinto, opositor do governo de Evo Morales e acusado pela justiça de seu país de corrupção, derrubar o então ministro das relações exteriores, Antônio Patriota.

Desde então Bolívia exige a deportação do senador Pinto e a embaixada brasileira em La Paz permanece sem titular.

A situação do opositor boliviano no Brasil depende da Comissão Nacional de Refugiados (Conare), que depende por sua vez do Ministério da Justiça se pronunciar sobre o pedido de refúgio solicitado pelo senador.

Pinto Molina enfrenta cinco acusações de corrupção na justiça boliviana e, em um deles, já foi condenado a um ano de prisão, razão pela qual Morales justificava negar o salvo-conduto que o permitiria deixar a embaixada brasileira. EFE

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