Duas pessoas morrem e 230 são detidas em aniversário da cassação de Mursi

  • Por Agencia EFE
  • 03/07/2014 13h37
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Cairo, 3 jul (EFE).- Pelo menos duas pessoas morreram nesta quinta-feira ao manipular explosivos e 230 foram detidas pelas forças de segurança durante o primeiro aniversário da cassação militar do presidente islamita Mohammed Mursi.

Fontes policiais informaram à Agência Efe que os dois homens morreram na cidade de Kerdasa, nos arredores do Cairo, enquanto manipulavam explosivos dentro de uma mesquita.

Antes, à meia-noite, uma bomba colocada em um veículo tinha explodido no bairro de Abassiya, no Cairo, sem causar vítimas.

Além disso, o Ministério egípcio de Interior informou em comunicado que pelo menos 230 pessoas foram detidas em diferentes lugares por seu suposto envolvimento na organização e participação de manifestações ilegais e por incitar a violência.

Entre os detidos, o Ministério citou em comunicado 157 “arruaceiros” que tentaram causar distúrbios e atacar a Polícia em diferentes províncias do país.

Outros 14 foram detidos na província de Beni Suef, ao sul do Cairo, e 11 em Minia (sul), cinco em Al Bahira (norte), dois em Al Fayum (ao sul do Cairo), dois em A Garbiya (norte) e na província do Mar Vermelho (leste).

Outras 39 pessoas foram detidas de forma preventiva no Cairo, Gizé, Alexandria (norte), Al Bahira (norte), Qena (norte), entre outras províncias, sob a acusação de organizar protestos não autorizados e incitar a cometer atos de violência, explicou o Interior.

Em Alexandria, a Polícia deteve um número indeterminado de islamitas por se manifestar sem autorização, impedir o tráfico e gritar palavras de ordem contra o Exército e as forças de segurança, segundo a agência estatal “Mena”.

A Polícia utilizou gás lacrimogêneo para dispersar uma manifestação na rua Al Haram, no distrito de Gizé, junto ao Cairo, depois que as forças de segurança e seguidores dos banidos Irmandade Muçulmana se enfrentaram durante horas.

Os manifestantes jogaram pedras e rojões contra as forças de segurança, que usam os gases para dispersá-los.

Segundo a “Mena”, em outros confrontos, um policial ficou ferido por um tiro no olho direito e foi levado ao hospital de Mansura, no delta do rio Nilo, para receber tratamento.

Hoje se completa um ano da destituição militar do então presidente Mohammed Mursi, por isso que a Irmandade Muçulmana, declarada organização terrorista pelas novas autoridades egípcias, organizaram protestos para pedir sua restituição ao poder.

Os islamitas protagonizaram protestos durante todo o ano passado, embora segundo os meses iam passando perderam poder de mobilização devido à repressão policial.

Centenas de pessoas foram mortas pela Polícia e milhares foram detidas, entre elas Mursi e a cúpula da Irmandade. EFE

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