Dúvidas ambientais freiam explorações de gás de xisto no Brasil
Rio de Janeiro, 15 set (EFE).- Questões ambientais relacionadas com os supostos perigos que representa o método de fratura hidráulica estão freando o início das explorações de gás de xisto (não convecional) no Brasil, alertou nesta segunda-feira um especialista do setor.
O Brasil realizou sua primeira licitação de blocos exploratórios de gás não convencional em novembro de 2013 e até agora nenhuma empresa iniciou as explorações, segundo o chefe de Gabinete da Agência Nacional de Petróleo (ANP, regulador), Silvio Jablonski.
“Das empresas que venceram a licitação no leilão de reservas não convencionais, até agora nenhuma fez nada nesta linha. Duas ou três estão pensando em começar as perfurações se forem resolvidos os problemas com a opinião pública, na justiça, com as licenças ambientais”, disse o responsável da ANP durante um seminário na conferência Rio Oil and Gás, que começou hoje no Rio de Janeiro.
Jablonski definiu a situação da exploração de gás não convencional no Brasil como “muito preliminar” pela falta de estudos sobre o volume real das reservas do país e pelos problemas que freiam as perfurações.
Desde que foi realizado o leilão em novembro, no qual foi concedida a exploração de 72 blocos de gás convencional e não convencional, vários tribunais bloquearam as perfurações pelos supostos perigos ambientais da perfuração hidráulica.
O dirigente da ANP considerou que “não existem problemas técnicos ou normativos” que impeçam as perfurações e considerou que a natureza do problema é “política”.
Segundo Jablonski, no Brasil foi utilizado desde a década de 1950 a fratura hidráulica (uma das técnicas para rachar o solo e a rocha na busca de combustíveis) em reservas de gás convencional.
Uma das dificuldades para o início da exploração é que até agora as licenças ambientais das jazidas terrestres de hidrocarbonetos são concedidas pelos organismos regionais dos 27 estados.
O governo prepara um decreto para mudar esta situação no caso do gás não convencional, para que sua aprovação seja uma atribuição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), segundo Jalonski. EFE
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