À espera do Copom, Bolsa e dólar sobem após manutenção de juros baixos nos EUA
Banco Central norte-americano segura a taxa em níveis mínimos e sinaliza a diminuição da compra de títulos públicos
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam em alta nesta quarta-feira, 22, após a manutenção dos juros baixos nos Estados Unidos e à espera da divulgação da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O cenário internacional também se mostrou mais positivo hoje após a indicação de resolução de parte dos débitos da empreiteira chinesa Evergrande. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores, fechou com avanço de 1,84%, aos 112.282 pontos. O pregão desta terça-feira, 21, fechou com alta de 1,3%, aos 110.249 pontos. Já o dólar encerrou o dia com elevação de 0,34%, cotado a R$ 5,304. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,319, enquanto a mínima não passou de R$ 5,252. A divisa encerrou a véspera com recuo de 0,84%, a R$ 5,286. “A principal causa do alívio vem do avanço na direção de um acordo para a crise da Evergrande, que afirmou que uma de suas unidades, a Hengda, fará o pagamento de cupons de seus títulos de dívida em yuans após acordo com seus credores”, afirmou o time econômico do Banco Original.
O Banco Central dos EUA (Fed, na sigla em inglês) confirmou nesta quarta a manutenção dos juros entre 0% e 0,25%, conforme já era esperado pelos analistas. A autoridade monetária também sinalizou que deve diminuir a compra de títulos públicos, atualmente em R$ 120 bilhões ao mês, em meio ao processo de recuperação da maior economia do mundo. Apesar da sinalização, o Fed não afirmou quando a estratégia deve ser alterada. Por aqui, o Copom deve acrescentar 1 ponto percentual na Selic e elevar a taxa básica de juros a 6,25% ao ano. O movimento do Banco Central é esperado pelos analistas em meio aos esforços para conter a contaminação das expectativas da inflação de 2022 pela disparada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021. A alta, que aproxima a Selic do nível neutro de 6,5%, deve ser continuada nas próximas reuniões do colegiado e ameaça a retomada da economia por impactar no aumento do valor para a tomada de crédito.
Ainda na pauta doméstica, a Câmara dos Deputados oficializou comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. A solução das dívidas da União, que em 2022 foram a R$ 89,1 bilhões, é fundamental para o planejamento orçamentário e a elevação do Auxílio Brasil, o programa social que vai substituir o Bolsa Família. Em reunião nesta terça-feira, os presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, acordaram em manter a solução dos precatórios dentro do teto de gastos. A proposta que deve ser votada no Congresso determina a criação de um limite anual de pagamentos de aproximadamente R$ 40 bilhões. O restante pode ser quitado de outras formas, como encontro de contas, compensações ou a realização com ativos. Os valores que não se encaixarem nessas medidas devem ser rolados para 2023.
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