À espera do Copom e do Fed, dólar cai e é negociado a R$ 4,99
Moeda opera em queda diante de incertezas das políticas monetárias no Brasil e nos EUA; Ibovespa recua aos 129 mil pontos
O dólar rompeu a barreira dos R$ 5 e é negociado a R$ 4,999 no começo da tarde desta quarta-feira, 16, com os mercados internacionais à espera da decisão dos juros no Brasil e nos Estados Unidos. Na mínima, a divisa chegou a cotação de R$ 4,994, enquanto a máxima não passou de R$ 5,055. É a primeira vez que o câmbio fica abaixo de R$ 5 desde 11 de junho de 2020, quando encerrou a R$ 4,976. A moeda encerrou na véspera com queda de 0,55%, cotada a R$ 5,043. O Ibovespa, referência da B3, também operava no campo negativo, com recuo de 0,28%, aos 129.726 pontos. O pregão desta terça-feira, 15, encerrou com leve baixa de 0,09%, aos 130.091 pontos. Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam em queda nesta quarta-feira, 16, dia de decisão dos juros no Brasil e nos Estados Unidos. No caso norte-americano, investidores em todo o mundo aguardam pelo recado que o presidente da autoridade monetária nacional (Fed), Jerome Powell, vai passar após duas altas seguidas da inflação. Por aqui, a expectativa é pelo tamanho da dose que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) vai aplicar na Selic. Apesar de o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, já ter afirmado que a alta deve ser novamente de 0,75 ponto percentual, analistas começam a enxergar espaço para um movimento mais robusto diante da disparada da inflação.
Os mercados globais estão em compasso de espera pela divulgação do Fed e os possíveis indicativos de mudanças na política monetária. Analistas esperam que o BC dos EUA mantenha a estratégia de estímulos com os juros baixos e a compra de títulos públicos, mas que já sinalize para a diminuição destes movimentos a partir dos próximos meses. A inflação de abril e maio veio acima do esperado, apontando para uma recuperação mais robusta da maior economia do globo. A queda dos estímulos, no entanto, preocupa os investidores pela diminuição de dólares nos mercados internacionais. Já no Brasil, a expectativa é pela alteração da Selic, atualmente em 3,5% ao ano, para algo entre 4,25% e 4,5%. Desde a última reunião do Copom, em maio, é esperada nova alta de 0,75 ponto percentual. Porém, a disparada da inflação, que foi a 8,06% nos 12 meses acumulados em maio, gera expectativa de uma mais incisiva, de 1 ponto percentual. O avanço dos juros deve seguir até o fim do ano. A projeção do mercado é que a Selic encerre 2021 a 6,25%, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira, 14.
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