Amazon sofre multa bilionária na Itália por ‘práticas contra a concorrência’
Essa é uma das maiores multas por práticas contra a concorrência impostas por um país à gigante americana do comércio online
A autoridade garantidora da Concorrência e do Mercado da Itália multou nesta quinta-feira, 9, a Amazon em 1,128 bilhão de euros (mais de R$ 7 bilhões) por abusar de sua posição dominante, ao discriminar os vendedores que não usam seu serviço logístico. Trata-se de uma das maiores multas por práticas contra a concorrência impostas por um país à gigante americana do comércio online, que está na mira de vários reguladores. “A Amazon prejudicou os operadores da concorrência no serviço de logística do comércio eletrônico”, anunciou o organismo italiano em um comunicado. A empresa já tinha sido multada em novembro em 68,7 milhões de euros (R$ 432 milhões) por infringir as normas de concorrência, ao restringir o acesso à plataforma a certos revendedores da Apple.
Este comportamento é ainda mais grave, segundo a autoridade de concorrência, porque “pelo menos 70% das compras de produtos eletrônicos de consumo na Itália” são feitas na Amazon. Consultada pela AFP, a companhia manifestou “seu profundo desacordo” com a sanção, contra a qual vai apresentar recurso. “A posição dominante da Amazon no mercado de logística italiano “lhe permitiu favorecer seu próprio serviço logístico (…) para os vendedores ativos na plataforma, em detrimento dos operadores concorrentes”, disseram. Os vendedores que não usam o serviço da Amazon são excluídos, portanto, de “um conjunto de vantagens essenciais para obter visibilidade e melhores perspectivas de venda”, explicou a entidade.
A Comissão Europeia “trabalhou em estreita colaboração” com a autoridade italiana nesta investigação, segundo um de seus porta-vozes, que destacou uma “coordenação bem sucedida”. “O que a Amazon faz é típico do que fazem os chamados Gafa (Google, Facebook e Apple), pois utilizam sua posição dominante para impulsionar atividades com as quais mantêm relações, neste caso os serviços logísticos”, explicou à AFP Pierre Zelenko, advogado associado da Linklaters em Paris e especialista em direito de concorrência.
*Com informações da AFP
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