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Banco Central argentino eleva taxa de juros a 118% após eleições primárias causarem desvalorização do peso e alta do dólar

A newsstand owner counts Argentine pesos bills in Buenos Aires on January 24, 2014. Argentina on Friday lifted restrictions in place since 2011 that limited the purchase of foreign currency, a day after the peso suffered its worst single-day dive since the 2002 financial crisis. The government has decided "to authorize the purchase of dollars for holding or savings," said Jorge Capitanich, President Cristina Kirchner's cabinet chief. The restrictions had always been temporary and had served their purpose. AFP PHOTO / LEO LA VALLE (Photo by LEO LA VALLE / AFP)

Após as eleições primárias na Argentina no último domingo, 13, o Banco Central Argentino subiu a taxa de juros de referência em 21 pontos percentuais, indo de 97% para 118%. A medida vem logo após o peso argentino desvalorizar 18,3% nesta segunda-feira, 14, com a vitória nas primárias do candidato Javier Milei, que propõe a dolarização da economia. A alteração do preço do dólar de 365,50 ante um fechamento de 298,5 na sexta-feira, antes das eleições, também foi um fator de impacto. “A autoridade monetária considera conveniente reajustar o nível das taxas de juros dos instrumentos de regulação monetária, em linha com a recalibração do nível da taxa de câmbio oficial. Isso, para ancorar as expectativas cambiais e minimizar o grau de repasse aos preços, tende a retornos reais positivos dos investimentos em moeda local e favorece o acúmulo de reservas internacionais. O BCRA continuará monitorando a evolução do nível geral de preços, a dinâmica dos mercados financeiro e cambial e dos agregados monetários para calibrar sua política tarifária”, afirmou o Banco Central Argentino.

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As eleições de domingo, com participação de 69% dos mais de 35 milhões de eleitores, dividiram o eleitorado em três partes de peso similar. A Argentina é a terceira maior economia da América Latina e um importante exportador mundial de alimentos. Ao mesmo tempo, tem de cumprir um acordo de 44 bilhões de dólares (R$ 216 bilhões, na cotação atual) com o FMI. Nestas eleições, também foram escolhidos os candidatos às eleições legislativas parciais, que renovam parte do Congresso, a prefeitura da capital e o governo da província de Buenos Aires. Com a crise econômica que assola a Argentina, uma inflação que chega a 115% interanual e a pobreza em ascensão (40%), o discurso de Milei contra o que chama de “casta política” capitalizou o descontentamento. Embora quase sempre tenham vivido em uma economia em crise, os argentinos sofrem neste momento com os piores indicadores em 30 anos. “Conseguimos construir esta alternativa competitiva que dará fim à casta política parasitária, que rouba, inútil”, declarou Milei em seu primeiro discurso após o anúncio dos resultados. “Estamos em condições de vencer a casta no primeiro turno”, acrescentou.

 

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