Banco Mundial sobe a expectativa do PIB do Brasil em 2021 e reduz para 2022
Projeções para a economia doméstica são piores que as medianas para a região e perdem para as de países como Argentina, Chile e México
O Banco Mundial revisou para cima a expectativa de crescimento da economia brasileira em 2021, mas reduziu a previsão para o ano que vem, segundo a nova versão do relatório semestral divulgado nesta quarta-feira, 6. Para este ano, a entidade estima avanço de 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB), ante previsão de 4,5% na edição publicada em junho. Já em 2022, o Banco Mundial enxerga expansão de 1,7%, menor do que a marca de 2,5% prevista em junho. O país registrou queda de 4,1% do PIB em 2020. O otimismo para o crescimento da economia brasileira é menor que a mediana esperada para a América Latina e o Caribe. Para a região, o Banco Mundial estima alta de 6,3% em 2021, e 2,8% em 2022. O desempenho do Brasil fica aquém de outras economias referências da região, como Argentina, Chile e México.
Segundo a entidade, a recuperação regional das sequelas geradas pela crise sanitária está em ritmo menor do que o esperado no início do ano. “Nunca foi tão premente a necessidade de recuperar um crescimento dinâmico, inclusivo e sustentável para enfrentar as consequências da pandemia e buscar soluções para carências sociais históricas”, informou. A entidade pontua a necessidade de reformas que gerem o aumento de receitas adicionais, melhorem a eficiência dos gastos correntes e movam os gastos para áreas de maior crescimento e valor social agregado. “O progresso em cada uma dessas áreas depende do aumento da transparência dos gastos públicos e das informações sobre eles, ampliando a responsabilidade do setor público e empregando a disciplina do setor privado, trabalhando rumo à consistência e coerência entre os programas e mantendo um olhar de equidade em todo o processo”, informou o Banco Mundial.
O Banco Mundial elenca uma série de desafios para a recuperação econômica da América Latina e o Caribe, como o agravamento da pandemia, a elevação da inflação em escala global, o aumento da dívida pública e o alto endividamento do setor privado. Segundo a entidade, o impacto da crise gerada pela Covid-19 se somou à “década perdida” de baixo crescimento. “A fraca recuperação, aliada às baixas taxas de crescimento da década anterior, indica a presença de problemas estruturais internos na região”, informou. A situação, porém, pode ser remediada. “Vale destacar que a situação não é tão desoladora em todos os países e setores. Considerando uma perspectiva histórica, crises podem levar ao surgimento de ‘brotos verdes’ capazes de provocar uma ampla reestruturação econômica.” O Banco Mundial indica a aceleração da digitalização dos serviços por conta da pandemia como meio de alavancar o crescimento regional. “No entanto, a menos que esses fatores estruturais sejam tratados, o crescimento provavelmente continuará anêmico e será insuficiente para que a região avance no combate à pobreza e possa aliviar suas tensões sociais.”
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