BC corta taxa Selic para 5,5% ao ano, a menor desde o início da série histórica

  • Por Jovem Pan
  • 18/09/2019 18h40 - Atualizado em 18/09/2019 19h02
Charles Sholl/Estadão Conteúdo Charles Sholl/Estadão Conteúdo Sede do Banco Central. Desde segunda-feira (3), passou a vigorar a nova resolução do BC sobre cobranças no cheque especial

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por unanimidade, nesta quarta-feira (18), reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto porcentual, para 5,50% ao ano. A decisão atendeu ao que era esperado no mercado financeiro.

Segundo o Copom, a decisão é compatível com a convergência da inflação para a meta. Este ano a meta de inflação é de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%).

O comitê disse que, pelo cenário atual, a trajetória de juros deve encerrar 2019 em 5% ao ano e permanecer nesse patamar até o final de 2020.

Em comunicado, reiterou a necessidade de avanços nas reformas estruturais da economia brasileira para que os juros permaneçam em níveis baixos por longo tempo: “O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”.

Recuperação da economia

De acordo com boletim divulgado pelo Copom, o cenário econômico sugere uma retomada do processo de recuperação da economia brasileira, que deverá ocorrer em ritmo gradual e uma inflação na casa dos 3%. “As expectativas de inflação para 2019, 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,5%, 3,8%, 3,75% e 3,5%, respectivamente”, informou.

O Copom disse também que espera que o dólar termine o ano de 2019 valendo R$ 3,90 e que permaneça nesse patamar até o final de 2020.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Para cortar a Selic, o Copom precisa estar seguro de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.

Histórico

Com a decisão desta terça-feira, a Selic está no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. Em julho, o Comitê decidiu baixar a taxa para 6% ao ano, menor patamar até então.

*Com Agência Brasil

 

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