BC se mostra preocupado com alta do dólar e diz que não hesitará em subir Selic para manter inflação na meta

Autoridade monetária disse que é momento de acompanhar as perspectivas; até última semana, Selic estava mantida em 10,50% ano

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2024 10h25
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John Guccione/Pexels notas de dólar Dólar fechou a segunda-feira (5) a R$ 5,75

A alta do dólar geou preocupação no Banco Central, que disse que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriada. “Se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê”, disse o BC na ata de sua última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Em função disso, o Comitê avaliou que o momento é de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e de maior vigilância perante um cenário mais desafiador”, acrescentou o Banco Central. A taxa de câmbio pode influenciar nos preços domésticos em diferentes frentes, como por meio da importação de produtos e insumos ou mesmo pela equiparação dos preços praticados no Brasil com o mercado internacional. Juros mais altos tendem a inibir uma alta maior da moeda norte-americana. O dólar fechou a segunda-feira (5) a R$ 5,75.

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O Copom também ressalta que o colegiado monitora com atenção a política fiscal. O documento destaca que a percepção recente do mercado traz impactos relevantes em ativos e nas expectativas. “Notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas”, diz a ata. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, acrescenta a ata.

O colegiado reitera que políticas monetária e fiscal síncronas e contracíclicas “contribuem para assegurar a estabilidade de preços e, sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”. A ata também reforça a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento do crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia. Esse movimento provoca “impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”. Na última semana, o Copom decidiu manter a Selic em 10,50% ao ano, por unanimidade.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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