BNDES registra lucro recorde de R$ 20,7 bilhões em 2020
Resultado foi impactado por venda de ações da Vale, Suzano e Petrobrás; em ano marcado por pandemia, desembolso para pequenas e médias empresas superou montante para a grandes
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), registrou lucro recorde de R$ 20,7 bilhões em 2020, segundo dados divulgados pelo governo federal nesta sexta-feira, 12. O resultado veio 17% acima dos R$ 17,7 bilhões arrecadados em 2019. Em um ano marcado pela pandemia do novo coronavírus, foi a primeira vez que o banco de fomento à economia distribuiu mais recursos para pequenas e médias empresas do que para grandes, totalizando 52% do total. No último trimestre de 2020, o BNDES teve lucro de R$ 7 bilhões, resultado fortemente impactado pelas alienações de ações de Suzano e Vale, cada uma contribuindo com um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões. A direção do banco também afirma que o resultado de 2020 foi impulsionado pela oferta pública de ações da Petrobras, em fevereiro, além das receitas com dividendos das empresas investidas.
A despesa com a provisão para risco de crédito foi reduzida em R$ 856 milhões no quarto trimestre, favoravelmente impactada pela recuperação de créditos anteriormente baixados, enquanto a intermediação financeira colaborou com o lucro em R$ 12,8 bilhões em 2020. O resultado recorrente de R$ 8,0 bilhões em 2020 manteve-se estável em comparação ao de 2019, que foi de R$ 8,1 bilhões. O resultado recorrente exclui operações de desinvestimento da carteira de renda variável e provisões para risco de crédito, dentre outros. As despesas com pessoal em 2020 (que incluem saúde e previdência) foram da ordem de R$ 2 bilhões, mesmo patamar de 2019.
Os desembolsos do BNDES totalizaram R$ 64,9 bilhões, alta de 17% ante 2019. O setor de comércio e serviços recebeu R$ 10,3 bilhões, alta de 66% na comparação de 2019. Outro setor de destaque foi a infraestrutura, com R$ 24,8 bilhões em desembolsos. Deste montante de infraestrutura, os subsetores de energia (R$15,8 bilhões) e transportes rodoviário e ferroviário (R$ 5,9 bilhões) lideraram os volumes de operações. Os desembolsos do BNDES (sem contar as medidas emergenciais) apoiaram 134 mil empresas no ano passado, sendo que 58 mil foram para novos tomadores, que não acessavam o banco pelo menos nos últimos seis anos. Pela primeira vez desde 1995, quando esses dados começaram a ser calculados, os desembolsos do BNDES a MPMEs foram superiores a todos os demais para outros clientes do Banco, atingindo a marca de 52%. Esses desembolsos a MPMEs chegaram a R$ 34,1 milhões no ano passado, subindo 27% em relação ao ano anterior.
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