Bolsa e dólar fecham em alta com otimismo internacional e elevação dos juros no Brasil

Ibovespa engata o terceiro avanço seguido e volta ao patamar dos 114 mil pontos; câmbio tem leve variação para cima e encerra sessão a R$ 5,31

  • Por Jovem Pan
  • 23/09/2021 18h37 - Atualizado em 23/09/2021 19h30
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Dado Ruvic/Reuters Cédulas de dólar enroladas em frente um fundo vermelho Inflação ao consumidor vai ao maior nível desde dezembro de 1990

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam esta quinta-feira, 23, em alta com o clima positivo nas Bolsas internacionais e pela decisão do Banco Central (BC) em elevar os juros para 6,25% ao ano. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou com alta de 1,6%, aos 114.064 pontos — o terceiro pregão seguido com variação positiva. Os negócios fecharam a véspera com avanço de 1,84%, aos 112.282 pontos. Depois de passar a maior parte da sessão em queda, o dólar passou a oscilar no fim da tarde e fechou o dia com leve alta de 0,1%, cotado a R$ 5,310. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,312, enquanto a mínima não passou de R$ 5,257. A moeda norte-americana encerrou esta quarta-feira, 22, com alta de 0,34%, cotada a R$ 5,304.

Mercados em todo o mundo repercutiram a decisão do BC dos EUA (Fed, na sigla em inglês) em manter a taxa de juros em patamares mínimos, como já era esperado pelos analistas. A autoridade monetária também sinalizou que deve reduzir a compra de R$ 120 bilhões por mês de títulos públicos em meio ao processo de recuperação da economia, mas não deixou claro quando fará esse movimento. “O mercado interpretou de uma forma positiva, entendendo que faz sentido a retirada desses estímulos no curto ou médio prazo, inclusive começando nas próximas reuniões, até o final do ano”, afirma a especialista em ações da Clear Corretora, Pietra Guerra.

No cenário doméstico, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 6,25% ao ano ao acrescentar 1 ponto percentual na taxa básica de juros, e indicou um novo aumento de mesma magnitude na próxima reunião agendada para outubro. O movimento também já era esperado pelo mercado diante do aumento da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que se aproximou de 10% nos 12 meses acumulados em agosto. Instituições financeiras projetam que o BC repetirá o ritmo nas duas últimas reuniões deste ano, levando a Selic para 8,25% ao fim de 2021. Para analistas, o ritmo é condizente com os desafios inflacionários e as incertezas na política fiscal, e busca não trazer um peso excessivo sobre a recuperação da economia em 2022.

Ainda na pauta doméstica, a Câmara dos Deputados oficializou comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. O prazo para apresentação de emendas iniciou nesta quinta-feira e vai se estender por dez sessões do Plenário. A solução das dívidas da União, que em 2022 serão R$ 89,1 bilhões, é fundamental para o planejamento orçamentário e a elevação do Auxílio Brasil, o programa social que vai substituir o Bolsa Família. Em reunião nesta terça-feira, 21, os presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, acordaram em manter a solução dos precatórios dentro do teto de gastos. A proposta prevê a criação de um limite anual de pagamentos de aproximadamente R$ 40 bilhões. O restante pode ser quitado de outras formas, como encontro de contas, compensações ou a realização com ativos. Os valores que não se encaixarem nessas medidas devem ser rolados para 2023.

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