Bolsonaro diz que preço do arroz deve cair em breve; entenda por quê

O presidente também explicou o motivo de o produto ter encarecido recentemente

  • Por Jovem Pan
  • 10/10/2020 18h49
Alex Silva/Estadão Conteúdo Este é o segundo corte no IPI para videogames e produtos eletrônicos em dois anos do governo de Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, 10, que o preço do arroz deve apresentar queda em breve. Isso porque, de acordo com ele, o Brasil acaba de promover a importação de milhares de toneladas do cereal. Isso num primeiro momento. Mais à frente, de acordo com o presidente, o arroz deverá registrar queda de seus preços na esteira da entrada do que ele chama de “supersafra” do produto. “Na questão da inflação, cesta básica, eu conversei com a ministra Tereza Cristina esta semana e ela disse que está chegando no Brasil não sei quantas mil toneladas de arroz, tivemos que importar e vai dar uma diminuída nos preços do arroz. Vem uma supersafra agora no final do ano, começo do ano que vem. Como a gente sabe disso? Pelo volume de crédito do Banco do Brasil”, disse Bolsonaro em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais ao lado de uma apoiadora em Guarujá (SP).

De acordo com o mandatário, os preços subiram devido ao aumento da demanda pelo cereal. “Por que aumentou o preço? Tudo que tem uma procura muito grande e o mercado não tem para oferecer, acaba aumentando o preço. O auxílio emergencial de R$ 600,00 estimulou um pouco o consumo”, disse. Para o presidente, como as pessoas ficaram em casa em função do distanciamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, o consumo aumentou “porque a tendência de quem fica em casa é visitar mais a geladeira”. De acordo com ele, muita gente passou a fazer estoque em casa e isso fez o preço do arroz subir ainda mais.

“Isso aí empurra o preço para cima. Hoje mesmo falei com o Paulo Guedes, ministro da Economia, hoje mesmo conversei com o Roberto Campos, presidente do Banco Central”, disse Bolsonaro. “No caso da inflação; pessoal, eu sei que é duro! O cara diz, ah, o cara é presidente, tá ganhando bem, tá até barrigudo, é fácil falar ‘paciência’. Mas não tem outra alternativa, pô! Vamos ter que enfrentar isso aí.” Segundo o presidente, o “pessoal do campo” está feliz porque a China está comprando bastante e o preço está subindo no mundo todo. “Aí tem gente que reclama que o preço está subindo aqui e eu falo: malandro, vai plantar arroz também, vai plantar feijão! Agora que tem uma chance do pessoal do campo ganhar bem mais que ganhou nos últimos anos… Vivemos numa democracia. Eles vendem pra quem quiser”, disse. Ainda de acordo com Bolsonaro, na semana que vem ele vai ter uma conversa com a ministra Tereza Cristina sobre a soja no Brasil, mas salientou que não vai interferir em nada. “Nós não vamos interferir em nada, dar carteirada, exigir, tabelar nada. isso não existe. Já com a Tereza Cristina, ela está promovendo um grande encontro com os grandes produtores de soja do Brasil para ver como é que fica esta questão para atender o mercado interno”, finalizou Bolsonaro.

Presidente reafirma tese do ‘boi bombeiro’

Também neste sábado, Bolsonaro defendeu a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, das críticas que ela vem recebendo por ter dito na sexta-feira, 9, em audiência pública da comissão temporária do Senado que acompanha as ações de enfrentamento aos incêndios no Pantanal, que, se houvesse mais bois soltos na região, o número de queimadas por lá teria sido menor. Segundo disse Tereza Cristina aos senadores, o gado pantaneiro é o “boi bombeiro” já que ele pasta o capim que se transforma em massa combustível para os grandes incêndios no bioma. “Sempre se criou boi na invernada no Pantanal. E o boi come capim, que uma vez seco pega fogo. Então boi comia o capim e ai não ia pegar fogo. Aí os ambientalistas xiitas proibiram. Ai fica um a dois anos sem pegar fogo em nada, acumula uma massa de um combustível enorme. E quando pega fogo na frente é uma desgraça”, disse o presidente.

De acordo com Bolsonaro, o Pantanal é maior que os Estados de Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe e Alagoas juntos. “Estes quatro Estados são menores que o Pantanal. Como você vai combater fogo num lugar desse? E outra, não tem vias de acesso. O próprio nome diz: Pantanal”, disse o presidente. De acordo com o mandatário, parte dos incêndios é causada propositalmente, mas a maior parte é provocada pelo caboclo, pelo nativo. “E tem também o fogo que pega espontâneo”, afirmou o presidente. “Na Amazônia em si não pega fogo porque é úmida. Agora, quanto mais gente reverbera isso como se eu fosse o responsável, o pessoal de fora se amarra para gente comprar os produtos deles”, disse Bolsonaro.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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