Bolsonaro pede ‘menor lucro possível’ a empresários do setor de alimentos
Presidente e Paulo Guedes participaram de fórum da Associação Brasileira de Supermercados por videoconferência e tiveram discursos parecidos
O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta quinta, 9, a empresários do setor alimentício que reduzam a margem de lucro em alimentos da cesta básica ao “menor possível”, como forma de ajudarem no combate à inflação no Brasil. “Nós devemos em momentos difíceis como esses, entendo, todos nós colaborarmos. Então o apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, para que os produtos da cesta básica, cada um obtenha o menor lucro possível para a gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população, em especial os mais humildes”, solicitou o presidente durante participação por videoconferência em um fórum promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O IBGE divulgou nesta quinta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, usado para medir a inflação, que apontou alta de 0,47% no mês, uma desaceleração em relação a abril; em 12 meses, a alta é de 11,73%.
No pedido pela redução das margens de lucro, Bolsonaro mencionou alguns produtos, como óleo de soja, ovos, leite, açúcar e café, que classificou como ‘vilões’ do aumento. “Esse é o apelo que eu faço aos senhores. Eu sei que a margem de lucro tem cada vez diminuído mais também, os senhores já vêm colaborando dessa forma, mas colaborem um pouco mais na margem de lucro dos produtos da cesta básica. Esse é o apelo que eu faço aos senhores e, se for atendido, eu agradeço e muito. E se não for, é porque realmente não é possível”, disse. O presidente também demonstrou tom otimista ao comentar que espera que a guerra na Ucrânia acabe logo e afirmar que a pandemia teve praticamente o ponto final – as duas são fatores que causaram problemas nas cadeias de abastecimento globais e levaram a aumentos de preço em produtos como petróleo e trigo.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também falou no evento e fez discurso parecido. “Vamos dar uma trégua de preço, uma pequena trégua de preço. Vamos confiar um pouco pro Brasil. Vamos apertar o cinto um pouquinho porque nós vamos quebrar essa espiral. Agora é hora de dar um freio nessa alta de preços. É voluntário, é para o bem do Brasil. Da mesma forma que os governadores têm que colocar a mão no bolso e ajudar o Brasil, o empresariado brasileiro tem que entender o seguinte: devagar agora um pouco porque a gente tem que quebrar essa cadeia inflacionária”, pediu o ministro, que relatou já ter feito solicitação parecida a outros setores.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.