Vale registra prejuízo de US$ 1,642 bilhão no 1º trimestre após desastre em Brumadinho
A Vale registrou prejuízo líquido de 1,64 bilhão de dólares no primeiro trimestre de 2019. No mesmo período de 2018, a empresa havia tido lucro de 1,59 bilhão de dólares. A companhia divulgou seu relatório trimestral nesta quinta-feira (9).
Segundo a mineradora, os impactos do desastre de Brumadinho provocaram seu primeiro Ebitda (indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e pelos analistas de mercado) negativo na história, de 652 milhões de dólares no trimestre. Nos primeiros três meses de 2018, a empresa reportou Ebitda de 3,926 bilhões. Já nos últimos três meses de 2018, reportou 4,467 bilhões. A margem Ebitda ajustada ficou negativa em 8% ante positiva em 46% na relação anual e trimestral.
No balanço, a empresa explicou que o impacto financeiro da ruptura da barragem de Brumadinho no Ebitda do trimestre foi de 4,954 bilhões de dólares devido às “provisões para os programas e acordos de compensação/remediação (US$ 2,423 bilhões); provisão para descomissionamento ou descaracterização de barragens de rejeito (US$ 1,855 bilhão); despesas incorridas diretamente relacionadas a Brumadinho (US$ 104 milhões); volumes perdidos (US$ 290 milhões); despesas de parada (US$ 160 milhões); outros (US$ 122 milhões)”.
A receita operacional líquida, por sua vez, chegou em US$ 8,203 bilhões, queda de 4,6% ante o mesmo intervalo do ano passado. Em relação ao último trimestre de 2018, houve queda de 16,4%.
Despesas em Brumadinho
As despesas relacionadas à tragédia alcançaram US$ 4,504 bilhões de janeiro a março de 2019. O rompimento da barragem ocorreu no fim de janeiro. Desse montante, a maior parcela, de US$ 2,423 bilhões, teve como origem provisões feitas para acordos, multas e doações. A maior dessas reservas foi destinada ao acordo com a Defensoria Pública, que recebeu US$ 1,777 bilhão.
A mineradora também destinou US$ 1,855 bilhão ao processo de descomissionamento das barragens a montante — que usam tecnologia idêntica a que existia nas instalações de Brumadinho. A empresa cita que houve ainda US$ 122 milhões em outras despesas e US$ 104 milhões em gastos incorridos no processo após a tragédia.
Os gastos mencionados ocorreram apenas no primeiro trimestre e a companhia diz que não é possível avaliar futuros desembolsos. “No estágio atual das investigações, apurações das causas e possíveis ações de terceiros contra a Vale, não é possível determinar todos os custos que podem ser incorridos em decorrência do evento”, cita o balanço do primeiro trimestre. “Portanto, os valores divulgados no resultado do trimestre levam em consideração a melhor estimativa da administração e consideram os fatos e circunstâncias conhecidos até momento”.
*Com Estadão Conteúdo
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