Com crise hídrica, bandeira tarifária deve subir, diz Guedes: ‘Não adianta ficar sentado chorando’
Em julho, taxa extra da conta de luz foi ajustada de R$ 6,243 para R$ 9,49 a cada 100 kWh; nesta quarta, o ministro questionou ‘qual era o problema’ do aumento no preço da energia elétrica
O ministro da Economia, Paulo Guedes, negou nesta quinta-feira, 26, que tenha minimizado o impacto do aumento da conta de luz na vida dos brasileiros, mas ressaltou que “não adianta ficar sentado chorando”. Durante o lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, na Câmara dos Deputados, na quarta-feira, 25, Guedes questionou “qual era o problema” da tarifa da energia elétrica estar mais cara. “Eu estou muito confiante de que nós vamos atravessar. Se no ano passado, que era um caos, nós nos organizamos e atravessamos, porque nós vamos ter medo agora? Qual que é o problema agora, que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos? Ou o problema agora é porque está tendo uma exacerbação porque anteciparam as eleições? Tudo bem, vamos tapar o ouvido e atravessar. Vai ser uma gritaria danada, mas vamos chegar lá”, disse o ministro. A fala não foi bem recebida pela população.
Nesta quinta-feira, durante audiência pública no Senado, Guedes negou que tenha minimizado o problema e atribuiu, mais uma vez, a interpretação de sua fala à “antecipação da campanha política” por parte da imprensa. “Como sempre, as narrativas são sempre fora de contexto. Na mesma hora tem uma primeira página de jornal dizendo: ‘Ministro desconsidera crise hídrica’, como se eu não tivesse preocupado. Por isso que eu digo que tem uma antecipação da campanha política e, pior, um descredenciamento das instituições, inclusive da mídia”, justificou. “Temos de enfrentar a crise. Vamos ter de subir a bandeira, a bandeira vai subir. Vou pedir aos governadores para não subir automaticamente [ICMS], eles acabam faturando em cima da crise. Foi nesse sentido que eu disse. Temos de enfrentar, não adianta ficar sentado chorando. Você tem que avançar e dar soluções para o problema”, afirmou Guedes. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) impôs a bandeira vermelha patamar 2. A mudança acrescentou R$ 6,243 para cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. No fim do junho, a instituição aprovou o aumento de 52% na taxa extra da conta de luz a partir de julho, com o aumento da tarifa da bandeira vermelha nível 2 para R$ 9,49 a cada 100 kWh.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.