Controle de preços dos combustíveis trará efeitos desastrosos à economia, afirma diretor da Petrobras
Membro da estatal considerou que a artificialização dos valores cobrados desestimula investimentos internacionais; política intervencionista foi defendida pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva
O diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Mastella, participou de um evento promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 30, e comentou sobre a atual política de preços dos combustíveis promovida pela estatal. Na visão do executivo, um “supercontrole” dos valores cobrados pode causar efeitos desastrosos na economia, além de desestimular o investimento estrangeiro e causar insegurança nos atores globais do setor. “Ninguém gosta de pagar preço alto, mas é consequência de atuar num mercado que quer trazer mais atores. Para virem ao mercado brasileiro, os novos atores têm que se sentir à vontade e confiantes”, explicou Claudio. Neste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrou publicamente a Petrobras para diminuir a alta nos preços dos combustíveis após sua popularidade diminuir. Mesmo com os pedidos, o atual chefe do Executivo não interferiu na política de preços da estatal, medida defendida pelo novo governo eleito, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista já declarou em diversas oportunidades que irá mudar o modo como a Petrobras define os preços, produzindo, assim, uma política intervencionista. Mastella, no entanto, defende uma maior abertura do mercado de combustíveis através da livre iniciativa de preços. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), nesta quarta-feira, o preço médio da gasolina vendida nas refinarias brasileiras encontrava-se 6%, ou R$ 0,20 por litro, acima da paridade internacional.
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