Dólar abre 2022 em alta e vai a R$ 5,65 com Bolsonaro e Ômicron no radar; Bolsa recua

Presidente deu entrada em hospital de São Paulo durante a madrugada com fortes dores abdominais e pode passar por cirurgia; variante da Covid-19 cancela voos e deixa autoridades sanitárias em alerta

  • Por Jovem Pan
  • 03/01/2022 12h47 - Atualizado em 03/01/2022 13h08
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Antara Foto/Hafidz Mubarak/via Reuters Mão segura diversas cédulas de dólar Dólar avança com pressão internacional em meio entraves da guerra no Leste Europeu

O mercado financeiro brasileiro opera no campo negativo nesta segunda-feira, 3, o primeiro dia de sessão de 2022. No cenário doméstico, o humor dos investidores é pressionado pela internação do presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo, e pela deterioração das expectativas para a economia publicadas no Boletim Focus. Na pauta internacional, as atenções seguem voltadas ao avanço da variante Ômicron. Por volta das 12h35, o dólar registrava alta de 1,36%, cotado a R$ 5,652. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,653, enquanto a mínima não passou de R$ 5,561. A divisa norte-americana encerrou 2021 cotada a R$ 5,570, com desvalorização acumulada de 7,3% — o quinto ano seguido que o dólar fica acima do real. Apesar do bom humor dos mercados nos Estados Unidos, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com queda de 0,7%, aos 104.126 pontos. O índice encerrou o ano passado aos 104.822 pontos e registrou queda acumulada de 12%, o primeiro resultado negativo desde 2015.

Jair Bolsonaro deu entrada nesta madrugada no hospital Vila Nova Star, na capital paulista, após sentir fortes dores abdominais no domingo, 2. A unidade médica informou que o presidente tem um quadro de suboclusão intestinal, está estável e em tratamento. Bolsonaro deve passar por uma série de exames durante o dia e ainda não há informações se ele vai precisar de uma cirurgia. Não há previsão de alta. Ainda no cenário doméstico, analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir a expectativa para a economia em 2021 e 2022, segundo Boletim Focus divulgado nesta manhã. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 passou para alta de 4,50%, enquanto para este ano a estimativa é de 0,36%. A pesquisa feita pelo Banco Central (BC) também mostra que a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação doméstica, do ano passado caiu levemente para 10,01%, e para 2022 se manteve em 5,03%. Nos dois casos, o patamar está acima do teto da meta perseguida pela autoridade monetária. A visão negativa para a inflação pode pressionar o BC a aumentar o aperto dos juros para evitar que o cenário comece a contaminar a perspectiva para 2023. A Selic encerrou o ano passado com alta de 9,25%. O mercado estima que o índice feche este ano com alta de 11,50%.

No cenário internacional, os investidores seguem acompanhando o avanço da Ômicron e os seus efeitos nas atividades econômicas. De acordo com a plataforma FlightAware, que monitora a aviação em tempo real, mais de 3.600 voos foram cancelados em todo o mundo durante o último final de semana. Só os Estados Unidos são responsáveis por 2.100 cancelamentos (58,3%). A disseminação da nova variante da Covid-19 está entre as principais causas — empresas aéreas americanas relataram falta de funcionários contaminados com o coronavírus. Além disso, uma tempestade de neve prejudicou o tráfego de aeronaves em parte do país. Na Europa, autoridades de diversos países lidam com o avanço no número de infectados e internações. No Reino Unido, o governo estimou que 1 a cada 15 pessoas em Londres estava infectada com o vírus antes do Natal. Já na Itália, as autoridades sanitárias alertaram que o nível de ocupação dos leitos, tanto nas unidades de terapia intensiva quanto os regulares, está crítico em todo o país.

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