Dólar cai 1,46% com tom duro da ata do Copom e menor aversão a risco

A moeda americana fechou cotada a R$ 5,65 nesta terça-feira (6); além de uma correção técnica, a moeda brasileira foi beneficiada pela sinalização do Banco Central de que pode elevar a taxa Selic

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2024 18h55
John Guccione/Pexels notas de dólar Com a diminuição dos temores de recessão nos EUA, investidores abandonaram o refúgio dos Treasuries e voltaram aos mercados acionários

A recuperação do apetite ao risco no exterior e o tom duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) derrubaram o dólar no mercado doméstico na sessão desta terça-feira (6). Em baixa desde a abertura dos negócios e com mínima a R$ 5,6313 no início da tarde, a moeda americana fechou cotada a R$ 5,6574, em queda de 1,46%. Ontem, no auge do estresse lá fora, o dólar havia superado pontualmente os R$ 5,85, atingindo os maiores níveis desde março de 2021. Com a diminuição dos temores de recessão nos EUA, investidores abandonaram o refúgio dos Treasuries e voltaram aos mercados acionários.

As bolsas asiáticas se recuperaram e os índices em Nova subiram mais de 1%. O iene caiu cerca de 0,60% em relação ao dólar – o que aliviou a pressão sobre divisas de países de juros altos, abaladas nos últimos dias pelo desmonte das operações de carry trade financiadas na moeda japonesa. O real ostentou o melhor desempenho entre as principais divisas globais.

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Além de uma correção técnica, a moeda brasileira foi beneficiada pela sinalização do Banco Central de que pode elevar a taxa Selic. Além de eventual ampliação do diferencial de juros interno e externo, uma vez que o Federal Reserve deve cortar a taxa básica americana em setembro, há um ganho de credibilidade da política monetária com o discurso uníssono do Copom.

Divulgada pela manhã, a ata do Copom trouxe um recado claro de que há possibilidade de elevação da taxa Selic em breve, algo que não identificado por analistas no comunicado de quarta-feira passada (31), quando o colegiado decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano.

Após do alerta para o “cenário é marcado por projeções mais elevadas e mais riscos para a alta da inflação”, a ata traz um trecho claro de que os integrantes do Copom estão alinhados em torno de seus próximos passos: “o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

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