Dólar cai 1,9% e fecha a R$ 5,08 com bom humor internacional; Bolsa sobe

Câmbio registra o maior recuo diário desde o fim de março após o presidente do BC dos EUA reafirmar a manutenção de estímulos monetários

  • Por Jovem Pan
  • 14/07/2021 17h50 - Atualizado em 14/07/2021 19h20
Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar sobre fundo branco Dólar volta ao patamar de R$ 4,65 com temor internacional

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo positivo nesta quarta-feira, 14, influenciados pelo bom humor internacional. O presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, reafirmou a manutenção de estímulos monetários, a despeito do avanço da inflação nos últimos meses. No cenário doméstico, o Ministério da Economia elevou a expectativa de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) para 5,3% em 2021. Diantes destes cenários, o dólar fechou com forte queda de 1,87% — o maior tombo diário desde 31 de março, quando retraiu 2,31% —, cotado a R$ 5,084. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,157, enquanto a mínima não passou de R$ 5,068. A divisa encerrou a véspera com alta de 0,13%, cotada a R$ 5,181. Seguindo o otimismo internacional, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou o dia com alta de 0,19%, aos 128.406 pontos, no terceiro dia de resultados positivos. O pregão da véspera encerrou com alta de 0,45%, aos 128.167 pontos.

Os mercados globais reagiram de forma positiva ao discurso do presidente do Fed, que reiterou a manutenção da compra de títulos públicos e manutenção dos juros em níveis mínimos. O recado trouxe mais calma aos investidores após o salto de 5,4% da inflação medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Este foi o maior salto anual em 13 anos. Em discurso no Congresso, Powell afirmou que a inflação tende a se manter alta nos próximos meses, mas que o processo é temporário. O chefe da autoridade monetária também disse que as condições para a geração de empregos estão melhorando, mas que “ainda há um longo caminho a percorrer”. Investidores temem que os sinais de retomada da economia emitidos pela alta da inflação leve o Fed a reduzir a política de estímulos, impactando no ritmo de retomada econômica e na retirada de dólares dos mercados internacionais.

Na cena doméstica, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia revisou para cima as expectativas para o PIB e a inflação em 2021. A expansão da economia passou de 3,5% para 5,3%. Para o ano que vem, a equipe econômica elevou levemente a previsão para 2,51%, ante 2,5% no relatório publicado em maio. A expectativa para 2023 se manteve em 2,5%. A alta foi justificada pelos resultados positivos registrados no primeiro trimestre, quando a economia avançou de 1,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o segundo trimestre, o governo federal estima que o PIB cresça 0,25%. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação brasileira, o Ministério da Economia projeta avanço de 5,9% em 2021. No Boletim Macrofiscal divulgado em maio, a previsão era de 5,05%. O número está acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 5,25%, com centro de 3,75% e piso de 2,25%. Para 2022, a equipe econômica estima que a inflação encerrará em 3,5%. A SPE apontou o forte avanço dos preços monitorados para o estouro do teto da meta. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,43% em maio, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira. Na relação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 14,21%. Na série dessazonalizada, o indicador somou 139,11 pontos. O resultado veio abaixo do registrado em abril, quando o indicador avançou 0,44% e registrou 139,71 pontos. No acumulado do ano, o índice apresentou crescimento de 6,6%, enquanto nos últimos 12 meses, o indicador soma avanço de 1,07%. O IBC-Br acumulou queda de 0,3% no trimestre encerrado em maio, mas em paralelo ao mesmo período de 2020, cresceu 11,66%.

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