Dólar cai a R$ 5,33 com inflação comportada nos EUA, mas avança na semana; Ibovespa sobe
Apesar da leve alta de 0,10% no dia, aos 145,4 mil, índice da B3 cede 0,29% na semana, enquanto a divisa norte-americana termina a semana com ganho de 0,32%
Após dois pregões de alta firme, em que acumulou valorização de 1,62%, o dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (26), em queda moderada. O real se recuperou em meio a uma onda de desvalorização da moeda norte-americana, após ausência de surpresas negativas na inflação nos EUA e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sugerindo espaço para mais cortes de juros. Com mínima de R$ 5,3360 e máxima de R$ 5,3663, o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,49%, a R$ 5,3360. A divisa termina a semana com ganho de 0,32%, mas caminha para fechar o mês em queda. Até o momento, as perdas são de 1,55% em setembro e de 13,63% no ano.
Apesar de questões políticas domésticas, como as especulações em torno da disposição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de entrar na corrida presidencial de 2026, analistas afirmam que a formação da taxa de câmbio esteve nesta semana muito atrelada ao comportamento global do dólar.
Uma exceção foi no pregão da terça-feira (27), quando o dólar furou o piso de R$ 5,30 e fechou a R$ 5,2791, na esteira do otimismo com redução do tarifaço norte-americano ao Brasil após sinais amistosos do presidente dos EUA, Donald Trump, ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da ONU. Trump disse que teve “excelente química” com o brasileiro, acrescentando que ambos devem se encontrar em breve.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY mostrou recuo modesto nesta sexta, mas encerra a semana acima da linha dos 98,000 pontos, com alta de cerca de 0,50%. O Dollar Index sobe ao redor de 0,30% em setembro. No ano, as perdas estão na casa de 9%.
Principal indicador do dia, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA e seu núcleo vieram dentro das expectativas na passagem de julho para agosto e na comparação anual. Já o índice de sentimento do consumidor americano elaborado pela Universidade de Michigan caiu de 58,2 em agosto para 55,1 em setembro, abaixo da previsão de analistas (55,9).
Pela manhã, o BC informou que houve déficit em transações correntes de US$ 4,669 bilhões em agosto. Em 12 meses, o rombo passou de 3,66% (dado revisado) do Produto Interno Bruto (PIB) em julho para 3,51% em agosto, o menor desde janeiro, quando estava em 3,36%. Os Investimentos Diretos no País (IDP) foram de US$ 7,989 bilhões em agosto. Em 12 meses, o IDP equivale a 3,18% do PIB e não cobre o buraco nas transações correntes.
Índice da bolsa
Defendendo a linha dos 145 mil pontos – após ter chegado esta semana por duas vezes seguidas a recordes de fechamento, na casa dos 146 mil, e no intradia à marca inédita dos 147 mil -, o Ibovespa perseverou em torno da estabilidade ao longo da tarde desta sexta-feira, vindo de correção de 0,81% na sessão anterior, e de -0,52% ainda na segunda-feira. Assim, na semana, o Ibovespa acumulou leve perda de 0,29%, em cima da realização de lucros vista na quinta-feira. Na semana anterior, então já também em máximas históricas, o índice da B3 havia avançado 2,53%.
Da mínima ao pico desta sexta-feira, oscilou dos 145.145,81 aos 146.234,55 pontos, saindo de abertura aos 145.326,12 pontos. Ao fim, marcava leve ganho de 0,10% na sessão, aos 145.446,66 pontos, com giro financeiro reduzido a R$ 16,0 bilhões. No mês, o Ibovespa avança 2,85% e, no ano, tem alta de 20,92%.
No ano, até o dia 24, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 25,618 bilhões na B3, conforme dados da Bolsa. E no mês de setembro, até a mesma data, houve entrada de R$ 4,373 bilhões por parte de estrangeiros, resultado de compras acumuladas de R$ 231,571 bilhões e vendas de R$ 227,198 bilhões.
Na B3, o desempenho da sessão foi positivo para os papéis dos maiores bancos, com destaque para Unit de Santander, em alta de 2,31%, na máxima do dia no fechamento. Entre as ações de commodities, Vale ON, principal papel do Ibovespa, mergulhou 1,92%, retirando fôlego do índice da B3. O fechamento foi moderadamente negativo para Petrobras, na ON (-0,63%) e na PN (-0,34%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, Pão de Açúcar (+2,59%), Vamos (+2,51%) e ISA Energia (+2,48%). No lado oposto, Braskem (-14,81%), além de MRV (-2,01%) e Vale.
Os títulos de dívida (bonds) da Braskem 2028, de vencimento mais próximo e o principal compromisso financeiro da empresa no médio prazo, abriram em queda de 19% nesta sexta-feira em relação ao fechamento da quinta, diante das informações da empresa de contratação de assessores financeiro e jurídico para avaliar a estrutura de capital da petroquímica.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carol Santos


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