Dólar cai a R$ 5,74 de olho na reunião de ministros de Lula sobre corte de gastos
A moeda americana caiu na comparação com pares fortes e a maioria das divisas emergentes, mesmo diante das incertezas em torno do resultado das eleições americanas, que ocorrem nesta terça (5)
O dólar à vista fechou a sessão desta terça-feira (5) em baixa de 0,60%, cotado a R$ 5,7484. Após ter fechado no segundo maior nível nominal da história do real no dia 1º (R$ 5,8694), a moeda acumulou desvalorização de 2,06% nos dois últimos pregões. A alta do dólar em 2024, que chegou a superar 20%, agora é de 18,44%. O quadro externo foi mais favorável ao real nesta terça-feira. A moeda americana caiu na comparação com pares fortes e a maioria das divisas emergentes, mesmo diante das incertezas em torno do resultado das eleições americanas, que ocorrem nesta terça.
Por aqui, a notícia da antecipação em duas horas do encontro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com titulares de outras pastas no Palácio do Planalto para tratar do corte de gastos impactou no fechamento. Após oscilações contidas na manhã desta segunda-feira (5), quando predominou leve sinal de alta, o dólar à vista se firmou em baixa ao longo da tarde de olho no andamento de reuniões em Brasília para definição do pacote de corte de gastos prometido pelo governo Lula. Na segunda-feira (4), o ministério da Fazenda divulgou nota afirmando que o “quadro fiscal do país foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão”.
Ministros que compõem a Junta de Execução Orçamentária (JEO) também voltaram a se reunir hoje com as pastas da Educação, da Saúde e do Trabalho, que estiveram no encontro de ontem com a equipe econômica e o presidente Lula. Uma das medidas em pauta é eventual desindexação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) em relação ao salário mínimo, que poderia trazer uma economia superior a R$ 200 bilhões em dez anos. Benefícios como seguro-desemprego e abono salarial também podem ser redesenhados.
É possível, ainda, que as medidas de contenção de gastos sejam anunciadas antes do resultado do pleito nos EUA, trazendo uma recuperação para o real a despeito do clima de cautela no exterior que pode predominar no exterior. Apesar da alta sensibilidade da formação da taxa de câmbio ao quadro fiscal doméstico, parte recente da alta do dólar esteve ligada ao chamado “Trump trade”, isto é, a aposta no dólar contra moedas emergentes em razão da perspectiva de que o candidato republicano conquiste novamente a Casa Branca. Já o rand sul-africano tem um desempenho superior ao da moeda brasileira em função de dados positivos da economia chinesa.
*Reportagem produzida com auxílio de IA e com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carol Santos
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