Dólar cai com debate para aprovação da MP da Eletrobras; Ibovespa sobe

Deputados discutem texto que abre espaço para a privatização da empresa; proposta deve ser chancelada até amanhã para não perder a validade

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2021 17h31
ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Cédulas e moedas de dólar sobre uma bandeira dos Estados Unidos Dólar registra alta com retomada do clima de tensão no leste da Europa

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo positivo nesta segunda-feira, 21, em meio aos debates sobre a aprovação da Medida Provisória (MP) que permite a capitalização da Eletrobras na Câmara. Os deputados voltaram a debater o tema após a aprovação do texto com mudanças pelo Senado. A MP deve ser votada até amanhã para não perder a validade. No cenário internacional, os mercados operam em alta, recuperando parte das perdas registradas na semana passada com o anúncio de antecipação da alta dos juros nos Estados Unidos para 2023. O dólar fechou o dia com queda de 0,91%, a R$ 5,023. O câmbio chegou a máxima de R$ 5,082, enquanto a mínima não passou de R$ 5,017. A divisa encerrou a sexta-feira, 18, com alta de 0,92%, cotada a R$ 5,068. Seguindo o bom humor das Bolsas internacionais e impulsionado pela alta do petróleo, o Ibovespa, referência da B3, fechou com alta de 0,67%, aos 129.264 pontos. O último pregão da semana passada fechou com o avanço de 0,48%, aos 128.405 pontos.

A Câmara volta a debater a MP da Eletrobras após o texto ter sido aprovado pelos senadores com o acréscimo de itens. Os deputados precisam analisar 28 emendas acrescentadas pelo Senado antes de mandar a MP para assinatura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O relator na Câmara, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), recomendou a rejeição de cinco emendas, a aprovação de 21 e a aprovação parcial de duas. Membros da oposição buscaram obstruir a votação, mas a maioria acatou pela continuidade dos debates. Ainda no cenário doméstico, analistas do mercado financeiro revisaram novamente para cima as expectativas para a inflação, Produto Interno Bruto (PIB) e Selic, enquanto renovaram para baixo a projeção do câmbio. Dados do Boletim Focus mostraram que a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação brasileira, aumentou para 5,9%, ante 5,82% na semana passada. Já a expansão da economia foi revista para 5% em 2021, contra previsão de 4,85% na edição anterior. A previsão com a Selic, a principal ferramenta do Banco Central para domar a inflação, subiu para 6,5% uma semana depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) acrescentar 0,75 ponto percentual na taxa e elevar os juros para 4,25% ao ano. O câmbio foi revisado para baixo, com o mercado projetando o dólar a R$ 5,10 no fim de 2021.

Na pauta internacional, os mercados ainda reagem com cautela ao anúncio do Federal Reserve (Fed), a autoridade monetária norte-americana, de antecipar a alta dos juros para 2023. Até março, o aumento era esperado apenas para o ano seguinte em meio ao processo de recuperação da economia e a retomada do emprego. O BC dos EUA também se mostrou mais preocupado com a inflação ao elevar a expectativa para este ano a 3,4%, ante 2,4% previsto em março. Os investidores temem que a redução da política de estímulos reflita na redução do crescimento da maior economia do mundo e diminua a injeção de dólares nos mercados internacionais.

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