Intenção de consumo cresce, mas tem o pior desempenho para junho em 11 anos

Dados da CNC mostram alta de 2,1% após dois meses seguidos de queda; registro ainda está no patamar mais baixo desde agosto de 2020

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2021 15h38 - Atualizado em 21/06/2021 16h07
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EFE/ Sebastiao Moreira Intenção de compra dos brasileiros mostra reação em junho, mas ainda está abaixo do patamar histórico, aponta pesquisa da CNC Retração no comércio em três meses seguidos acompanha a escalda da corrosão do poder de compra da população com o avanço da inflação

A Intenção de Consumo das Famílias (IFC) subiu 2,1% em junho na comparação com maio e alcançou 67,5 pontos, o primeiro registro positivo após dois meses de retração, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta segunda-feira, 21. O dado, no entanto, é o mais baixo para o mês desde o início da série histórica, em 2010, e ainda representa o pior nível para a pesquisa desde agosto de 2020. Na comparação com junho do ano passado, o IFC registrou retração de 2,6%. A melhora da perspectiva ocorre em meio aos debates da extensão do auxílio emergencial até outubro. A pesquisa, porém, mostra que a consolidação de um indicador positivo ao longo do ano depende do fim de medidas de restrição. “Em junho, temos uma data importante para o varejo e o setor de serviços, que é o Dia dos Namorados, que este ano voltou a ficar aquecido mesmo com a circulação afetada. Acreditamos que, com o avanço da vacinação no país, a gente possa chegar a um cenário muito mais próspero no fim do ano”, pontua o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Todos os sete pontos que integram o ICF registraram resultados positivos em junho ante o mês anterior. A alta foi puxada pelo avanço de 6,5% da percepção de consumo, seguida pelo crescimento de 2,9% do nível de consumo atual. Na outra ponta, a perspectiva pessoal e o acesso ao crédito tiveram o desempenho mais fraco, com alta de 0,9% cada. Já na comparação anual, apenas dois itens registraram avanço. A renda atual foi o ponto mais prejudicado, com queda de 11,6% em relação a junho de 2020. No campo positivo, a perspectiva profissional lidera, com aumento de 9,3% em um ano. A economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, aponta que as famílias registraram expectativas positivas sobre o mercado de trabalho tanto no curto quanto no longo prazo, o que permitiu a retomada no consumo. “A confiança no emprego é o que tem mantido as pessoas consumindo na pandemia. Quando há deterioração nas empresas, acontece um efeito dominó que impacta o orçamento das famílias e impede o acesso. O ICF tem sido um instrumento de análise bastante alinhado com essa expectativa”, afirma.

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