Dólar cai com exterior e CPI da Covid-19; Ibovespa renova a máxima de janeiro

Câmbio segue em queda e fecha a R$ 5,25 com o aumento do apetite por risco; Bolsa volta a flertar com os 123 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2021 18h50
ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Mão segura notas de US$ 100 e R$ 100 Dólar mantém trajetória de queda ante o real pelo terceiro dia seguido

O mercado financeiro brasileiro operou nesta terça-feira, 18, pressionado pelo aumento do apetite por risco dos investidores internacionais e os impactos do depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Depois de ficar a maior parte da manhã sem direção definida, o dólar rumou para queda e fechou o dia com retração de 0,22%, a R$ 5,255, depois de bater máxima de R$ 5,281 e mínima de R$ 5,232. O câmbio fechou a véspera com leve queda de 0,09%, cotado a R$ 5,266. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou praticamente estável, com alta de 0,03%, mas o suficiente para levar o pregão aos 122.979 pontos, o melhor desempenho desde 14 de janeiro, quando fechou aos 123.480 pontos. Nesta segunda-feira, 17, o índice fechou com alta de 0,83%, aos 122.937 pontos.

O dólar manteve o viés de queda ante a cesta de moedas emergentes sinalizando maior apetite dos investidores ao risco. Mercados em todo o mundo seguem à espera do recado que o Banco Central dos Estados Unidos (Fed, em inglês) vai dar nesta quarta-feira, 19, sobre a política monetária após a inflação em abril vir muito acima do projetado pelos analistas. O temor é pela redução dos estímulos, o que poderia refletir em um crescimento menos robusto da maior economia do mundo e o corte na injeção de dólares nos mercados globais. Ainda no noticiário internacional, a zona do Euro registrou queda de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, na comparação com os três últimos meses de 2020, enquanto na margem anual a retração foi de 1,8%. O resultado já era esperado pelos analistas em meio aos desafios para a retomada das atividades após o surgimento de novas variantes do novo coronavírus. Já a economia do Japão registrou tombo de 1,3% do primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do fim do ano passado, e retração de 5,1% na média anual, acima do esperado pelo mercado.

No noticiário doméstico, todas as atenções estavam voltadas ao depoimento de Araújo na CPI da Covid-19. O ex-chanceler, que entregou o cargo no fim de março, admitiu aos senadores que pediu a troca do embaixador da China, mas que nunca promoveu ações de atrito com os asiáticos. O Senado recebe nesta quarta-feira o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O Ministério da Economia revisou para cima as previsões para a expansão da economia brasileira e da inflação em 2021, segundo dados do Boletim Macrofiscal divulgados nesta terça-feira. A estimativa para o PIB passou de 3,2% para 3,5%, enquanto a perspectiva com a inflação foi a 5,05%.

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