Dólar cai para R$ 5,29 após Banco Central elevar a taxa de juros; Ibovespa oscila
Autoridade monetária aumentou a Selic para 3,50% ao ano e sinalizou jogá-la para 4,25% no próximo encontro
O mercado financeiro brasileiro opera nesta quinta-feira, 6, reagindo ao aumento da taxa de juros para 3,50% ao ano após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) acrescentar mais 0,75 ponto percentual na Selic, e indicar repetir a dose no encontro agendado para junho. Os investidores também seguem acompanhando os desdobramentos políticos com o avanço da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado. Por volta das 11h15, o dólar recuava 1,23% ante o real, cotado a R$ 5,299 depois de alcançar a máxima de R$ 5,375 e mínima de R$ 5,296. O câmbio encerrou na véspera com queda de 1,21%, cotado a R$ 5,364. Influenciado pela instabilidade no mercado internacional por causa da escalada de tensões entre a China e a Austrália, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, oscilava com leve queda de 0,26%, aos 119.248 pontos.
Sem surpresas ao mercado, o Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 5, o aumento de 0,75 ponto percentual na Selic, jogando a taxa de juros básicos da economia brasileira para 3,50%. O movimento segue a escalada da taxa deflagrado em março, quando o Copom subiu de 2% para 2,75% ao ano. Em nota, o BC afirmou que deve acrescentar mais 0,75 ponto percentual no encontro agendado para junho, elevando a Selic para 4,25%. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa básica feche 2021 a 5,50%, segundo o Boletim Focus publicado nesta segunda-feira, 3. O colegiado também defendeu a manutenção da agenda de reformas do governo federal para “permitir a recuperação sustentável da economia.” “O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”.
Ainda na pauta doméstica, o mercado segue de olho nos impactos que a CPI da Covid-19 trará ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e na retomada da agenda de reformas no Congresso. Os senadores ouvem nesta quinta-feira o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que assumiu a pasta após a demissão de Eduardo Pazuello. O médico cardiologista, que tomou posse no dia 23 de março, é o terceiro a depor – antes dele, a comissão recebeu os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Na parte da tarde, a comissão vai receber o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres. A oitiva de Pazuello estava prevista para a quarta-feira, mas o general pediu dispensa por ter tido contato com dois assessores infectados com o novo coronavírus. Em razão disso, seu depoimento foi adiado para o dia 19 de maio.
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