Dólar cai para R$ 5,44 com agenda de reformas e CPI da Covid-19; Bolsa fecha estável

Mercado reage de forma positiva ao anúncio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de destravar textos para mudanças na máquina pública e na cobrança de impostos ainda neste ano

  • Por Jovem Pan
  • 26/04/2021 17h40 - Atualizado em 26/04/2021 18h22
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Marcello Casal Jr/Agência Brasil Dólar mantém viés de queda com avanço da agenda de reformas e instalação da CPI da Covid-19 no radar dos investidores Dólar mantém viés de queda com o avanço da agenda de reformas e a instalação da CPI da Covid-19 no radar dos investidores

O mercado financeiro brasileiro passou esta segunda-feira, 26, analisando positivamente a retomada da agenda de reformas no Congresso após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmar à Jovem Pan a possibilidade de aprovação das mudanças tributárias e administrativas ainda neste ano. Investidores também acompanharam os desdobramentos em Brasília para a primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, marcada para esta terça-feira, 27. Diante destes cenários, o dólar fechou com queda de 0,88%, a R$ 5,449, o menor valor desde o dia 24 de fevereiro, quando encerrou a R$ 5,427. O câmbio encerrou a semana passada com desvalorização acumulada de 1,55%, a R$ 5,497. Apesar do otimismo internacional com a temporada de balanços corporativos e da disparada da Hering após o acordo de incorporação pelo Grupo Soma, o Ibovespa, referência da B3, oscilou a maior parte do dia e fechou praticamente de lado, com leve alta de 0,05%, aos 120.594 pontos. O pregão encerrou a semana passada com alta de 0,97%, aos 120.530 pontos.

O presidente da Câmara dos Deputados afirmou nesta segunda-feira que as aprovações das reformas tributária e administrativa podem sair ainda neste ano. Em entrevista à Jovem Pan, o deputado disse que a mudança na máquina pública do governo está bastante adiantada na Casa, inclusive sendo tema de audiências públicas na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ). “Tenho comigo que a reforma administrativa sairá primeiro, com efeito de agora para frente, com raras dificuldades e poucas situações que vão poder atingir funcionários atuais na sua estabilidade, claro que tem a cláusula do desempenho e outros fatores que os funcionários precisam estar posicionados.” Lira também reafirmou que um novo texto para a reforma tributária deve ser apresentado na próxima segunda-feira, 3. “A gente tem aquela máxima, se tentar comer o boi inteiro não consegue, mas fatiando ele, das partes mais fáceis para a mais difíceis, você consegue adiantar uma reforma que dê a simplicidade, desburocratização, um ajuste fiscal mais justo”, disse.

Os investidores também acompanharam a oficialização da presidência e relatoria da CPI da Covid-19, que será instalada amanhã no Senado para investigar as ações do governo federal durante a pandemia, além do repasse de verbas da União para Estados e municípios. Um acordo costurado pela maioria dos integrantes prevê que os postos de presidente e vice sejam ocupados, respectivamente, pelos senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e que Renan Calheiros (MDB-AL) assuma a relatoria. Ainda na pauta doméstica, o Grupo Soma e a Hering anunciaram nesta manhã um acordo de incorporação, com custo de aproximadamente R$ 5,2 bilhões. O negócio prevê a integração da companhia catarinense ao conglomerado já responsável pelas grifes Animale e Farm, mas ainda precisa do aval dos acionistas da Hering e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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