Dólar dispara a R$ 5,64 com piora da pandemia; Ibovespa recua 1%
Câmbio registra a maior diferença diária em seis meses com a indicação de que o país pode bater 300 mil mortos pelo novo coronavírus nesta quarta-feira
O mercado financeiro brasileiro fechou esta quarta-feira, 24, no campo negativo com a piora da pandemia do novo coronavírus no país e com endurecimento de restrições na Europa para tentar barrar a disseminação de uma nova variante da Covid-19. O dólar disparou 2,25%, alcançando R$ 5,640 — o maior valor em duas semanas, depois de bater máxima de R$ 5,642 e mínima de R$ 5,492. Esta foi a maior variação mensal desde 19 de setembro de 2020, quando a moeda norte-americana subiu 2,79% em um dia. O câmbio encerrou a véspera praticamente estável, com alta de 0,04%, a cotado a R$ 5,516. Acompanhando o mau humor no mercado dos Estados Unidos, o Ibovespa, referência da B3, fechou o dia com queda de 1,02%, aos 112.064 pontos. O pregão desta terça-feira, 23, encerrou com queda de 1,49%, aos 113.261 pontos.
O dólar entrou em rota ascendente após o meio da tarde, com a indicação de que o país pode bater a marca de 300 mil mortos por Covid-19 ainda nesta quarta-feira. O Brasil quebrou na véspera a icônica marca de três mil vítimas fatais pela doença, barreira até então superada apenas pelos Estados Unidos, ao registrar 3.251 novos óbitos nas últimas 24 horas. Com isso, o total de vítimas fatais subiu para 298.676. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta manhã a criação de um comitê de combate à pandemia com participação do governo federal, Estados e Congresso após reunião com governadores e líderes do Legislativo no Palácio da Alvorada. Os investidores também acompanham o avanço de casos na Europa e o aperto de medidas de isolamento social para tentar evitar a disseminação da variante do Reino Unido pelo continente.
O Ibovespa passou parte do dia em alta, impulsionado pela valorização das ações do Carrefour após o anúncio da compra do Grupo BIG por R$ 7,5 bilhões. Os papéis da rede francesa chegaram a valorizar 15%, mas perderam o fôlego e fecharam o dia a com alta de 12,6%. O Carrefour afirmou que a aquisição expandirá a sua presença onde possui penetração limitada, como nas regiões Norte e Sul do Brasil. O Grupo BIG possui 387 lojas em todo o país e é considerado a terceira maior rede varejistas de alimentos no Brasil com as marcas Big, Big Bompreço, Super Bompreço, Nacional, Todo Dia e Maxxi Atacado. “A complementaridade dos dois grupos enriquecerá o ecossistema de produtos e serviços do Carrefour Brasil, que atualmente atende mais de 45 milhões de clientes, e ampliará a sua base de clientes com a adição de mais de 15 milhões de clientes do Grupo BIG”, informou a rede francesa.
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