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Dólar e Bolsa recuam com cautela internacional e após falas de Campos Neto sobre inflação

Dólar recua após Campos Neto comentar sobre inflação acima do esperado em março

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam em queda nesta segunda-feira, 11, com investidores analisando as falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sobre a alta da inflação acima do esperado em março e as análises para possíveis mudanças na trajetória de juros. No mercado internacional, o mercado segue cauteloso com a expectativa de novas sanções à Rússia e à espera de dados da inflação dos Estados Unidos. O dólar caiu 0,4%, a R$ 4,690 após oscilar durante a maior parte do dia. A divisa foi na máxima de R$ 4,740, enquanto a mínima não passou de R$ 4,679. O câmbio encerrou a semana passada com baixa de 0,67%, a R$ 4,708. Impactado pelo clima internacional negativo, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores, fechou com retração de 1,16%, aos 116.952 pontos. O pregão de sexta-feira, 8, fechou com recuo de 0,45%, aos 118.332 pontos.

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O salto de 1,62% em março e o acumulado de 11,3% em 12 meses do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pegou o Banco Central de surpresa, afirmou Campos Neto nesta manhã. O resultado foi o maior para o mês em 28 anos. Segundo o presidente, a maior surpresa veio por parte dos combustíveis.  “Neste último número, grande parte da surpresa foi essa, e mais do que a surpresa em si, foi a aceleração da passagem do preço da gasolina para a bomba. Vimos uma aceleração diferente do que vinha até então”, afirmou. O presidente do BC admitiu que o número está pressionado e que a autoridade monetária foca na estabilização da variação. “A realidade é que a nossa inflação está muito alta, os núcleos estão muito altos. Temos comunicado com a maior transparência possível o nosso processo de enfrentamento em relação a essa inflação mais alta e persistente”, disse. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 10,75% para 11,75% na última reunião, e deixou contratada nova alta de 1 ponto percentual no encontro do próximo mês. A aceleração da IPCA fez analistas revisarem para cima a trajetória de alta dos juros. “Estamos analisando essa surpresa e vendo se muda alguma coisa na tendência.”

No cenário internacional, líderes das relações internacionais da Europa se reúnem para debater novas sanções à Rússia. Nesta rodada, não está descartado embargos à compra de petróleo do país, o segundo maior exportador do mundo. Ainda na pauta global, nesta terça-feira, 12, serão divulgados dados do índice de preços aos consumidores nos EUA (CPI, na sigla em inglês). A expectativa do mercado é para nova alta do indicador para acima de 8%. O CPI foi a 7,9% no acumulado em 12 meses em fevereiro, o maior patamar em quarenta anos. O avanço da inflação fez o Federal Reserve (Fed) subir os juros em 0,25 ponto percentual no mês passado. As recentes pressões geradas pelos combates no Leste da Europa levaram a autoridade monetária a indicar alta de 0,5 ponto percentual nos próximos dois encontros.

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