Dólar sobe com cenário internacional e reforma ministerial no radar; Bolsa recua
Banco Central Europeu confirma a manutenção de estímulos monetários, enquanto alta nos pedidos de seguro-desemprego nos EUA surpreende negativamente
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo negativo nesta quinta-feira, 22, com investidores analisando a manutenção dos estímulos monetários pelo Banco Central Europeu e o aumento acima do esperado no número de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos. Na pauta doméstica, as atenções continuam voltadas para a troca de cadeiras em Brasília com a reforma ministerial anunciada por Jair Bolsonaro (sem partido). Por volta das 13 horas, o dólar avançava 0,41%, cotado a R$ 5,213. A divisa abriu em queda e chegou a bater a mínima de R$ 5,169, enquanto a máxima não passou de R$ 5,224. O câmbio encerrou a véspera com queda de 0,76%, cotado a R$ 5,192. Depois de abrir em alta, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com queda de 0,30%, aos 125.546 pontos. O pregão desta quarta-feira, 20, fechou com alta de 0,42%, aos 125.929 pontos.
O Banco Central Europeu confirmou nesta manhã a manutenção de estímulos monetários para mitigar os efeitos da Covid-19 na economia. A entidade se comprometeu em comprar mais 1,85 trilhão de euros em títulos até março do ano que vem, além de manter a taxa de juros em níveis mínimos no momento em que o continente enfrenta o recrudescimento da pandemia com a disseminação da variante Delta. A presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, afirmou que há espaço para os estímulos até que os danos causados pela crise sanitária sejam compensados. No outro lado do Atlântico, o Departamento do Trabalho norte-americano anunciou que 419 mil pessoas pediram o seguro-desemprego na semana passada, acima das projeções de 350 mil. A notícia impactou em Wall Street e reduziu parte do otimismo dos investidores com as divulgações positivas dos balanços corporativos.
No cenário doméstico, investidores seguem acompanhando a troca de ministros anunciada por Bolsonaro na véspera. O governo federal prepara o desmembramento de parte do Ministério da Economia para a recriação da pasta do Trabalho e Previdência. Segundo informações confirmadas à Jovem Pan por membros da equipe econômica, o movimento será feito como um aceno ao Centrão para acomodar o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni (DEM), que deixará a pasta para a entrada de Luiz Eduardo Ramos, responsável pela Casa Civil. O general, por sua vez, será substituído pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). As negociações fazem parte da reforma ministerial anunciada pelo presidente na manhã desta quarta-feira e que deve ser oficializada na próxima segunda-feira, 26. Mudanças na pasta foram confirmadas pelo ministro Paulo Guedes. “Vamos fazer uma mudança organizacional aqui também, essas novidades vão justamente na direção do emprego e da renda”, disse.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.