Dólar e Ibovespa recuam após decisão de juros no Brasil e nos EUA

Câmbio fecha o dia com queda de 0,74%, a R$ 5,02; Bolsa de Valores volta aos 128 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 17/06/2021 17h25 - Atualizado em 17/06/2021 18h07
FERNANDA LUZ/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Mão segura notas de dólar Dólar recua com mercados analisando impactos da inflação nos EUA

O câmbio e o mercado de ações brasileiro fecharam em queda nesta quinta-feira, 17, um dia depois da divulgação dos rumos da taxa de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Nos dois casos, os resultados vieram de acordo com o esperado, mas surpreenderam pelas mudanças futuras. Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) antecipou o aumento da taxa para 2023, um ano antes do projetado em março. Por aqui, o Banco Central deixou claro de que busca a normalização integral dos juros, ou seja, que vai continuar subindo a Selic até que ela fique em um patamar que não incentive nem freie a economia. Diante destes cenários, o dólar encerrou o dia com queda de 0,74%, cotado a R$ 5,022. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,076, enquanto a mínima não passou de R$ 5,009. A divisa havia fechado na véspera com alta de 0,34%, a R$ 5,060. Depois de passar a maior parte da manhã no campo positivo, o Ibovespa, referência da B3, inverteu e encerrou com queda de 0,93%, aos 128.057 pontos. O pregão desta quarta-feira, 16, encerrou com queda de 0,64%, aos 129.259 pontos.

Os principais mercados globais reagiram de forma negativa ao anúncio do Federal Reserve (Fed), o BC dos EUA, em antecipar a alta dos juros para 2023. Até março, o aumento era esperado apenas para o ano seguinte em meio ao processo de recuperação da economia e a retomada do emprego. O BC também se mostrou mais preocupado com a inflação ao elevar a expectativa para este ano a 3,4%, ante 2,4% previsto em março. Ainda no noticiário norte-americano, o Departamento do Trabalho divulgou hoje que 412 mil pessoas solicitaram o auxílio-desemprego na semana passada, acima da previsão de 360 mil pedidos. Este foi a primeira vez que o número subiu na comparação com o período anterior desde o fim de abril.

Na pauta doméstica, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 4,25% ao ano, o mesmo patamar de fevereiro de 2020, e indicou que fará novo aumento de 0,75 ponto percentual no encontro agendado para agosto, levando a taxa para 5%. Em nota, a autoridade monetária afirmou que deve promover a normalização da taxa básica de juros para o patamar considerado neutro, que, segundo analistas, é próximo de 6,5% ao ano. “Esse ajuste é necessário para mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação.” As atenções dos investidores também seguem na votação no Senado da Medida Provisória (MP) para a capitalização da Eletrobras. O relator, senador Marcos Rogério (DEM-RO), voltou atrás depois de alterar partes do texto aprovado pela Câmara. Os debates se prolongaram ao longo da tarde e ainda não há consenso para colocar a pauta em votação. A MP deve ser chancelada pelo Congresso até o próximo dia 22 para não perder a validade.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.