Preço dos combustíveis segue alto e pesa no bolso dos motoristas
Apesar do dólar estar se desvalorizando em relação ao real e a Petrobras ter reduzido os custos nas refinarias, os valores da gasolina, etanol e diesel estão em um patamar muito elevado
Quem tem automóvel próprio tem reclamado dos preços dos combustíveis. O taxista Diego Dubin diz que isso tem atrapalhado o faturamento no final do mês. “Eles têm aumentado muito. Agora parece que estabilizou, mas em um patamar muito alto. A gente usa muito combustível durante o nosso trabalho e o que era antes um percentual pequeno, acabou virando um percentual muito grande dentro do nosso faturamento”, disse Dubin. Se compararmos mensalmente, o levantamento de preços de combustíveis da Agência Nacional do Petróleo (ANP), observamos alta tanto para a gasolina como o diesel e o etanol. Em janeiro deste ano, a gasolina estava com valor médio praticado em R$ 4,62. O diesel, em R$ 3,69. E o etanol, em R$ 3,22. Em março, a gasolina já havia passado para R$ 5,48, o diesel, para R$ 4,25, e o etanol, para R$ 4,03. Agora em junho, o preço médio da gasolina está em R$ 5,67, o do diesel, em R$ 4,49, e do etanol, em R$ 4,36. E isso em um cenário em que o dólar vem se desvalorizando em relação ao real e que os últimos anúncios da Petrobras foram de redução nos preços do diesel e da gasolina nas refinarias.
Rodrigo Zingales, diretor da Associação Brasileira dos Revendedores de Combustíveis Independentes, explica que para chegar no valor final da bomba é preciso considerar margem das distribuidoras, transporte, incidência de tributos federais e estaduais e misturas nas composições. “A Petrobras vende para as distribuidoras, que, no caso do diesel, misturam o diesel A no biodiesel”, apontou Zingales. Dessa forma, o valor do diesel final depende também do preço do biodiesel. “Se eu tenho um Biodiesel alto, eu tenho um acréscimo no preço do diesel final”, explicou. A atual política de preços da Petrobras, adotada desde o governo Temer, é de repassar reajustes baseados no mercado internacional. Em desacordo com os reajustes, em fevereiro, o presidente da República, Jair Bolsonaro, trocou o comando da estatal. A medida foi vista como intervenção e foi criticada por economistas.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.