Dólar encerra a semana com alta de 1,08%, mas se mantém abaixo de R$ 5,40
O dólar à vista fechou cotado a R$ 5,3812 nesta sexta-feira (14), em alta moderada, alinhado à onda de fortalecimento da moeda americana no exterior
O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (14), em alta moderada, alinhado à onda de fortalecimento da moeda americana no exterior, mas se manteve abaixo da linha de R$ 5,40. O dólar à vista fechou cotado a R$ 5,3812 na venda. Ontem, havia fechado a R$ 5,3686. Após avançar em quatro dos últimos cinco pregões, a divisa termina a semana com ganhos de 1,08%, o que leva a valorização acumulada no mês a 2,50%. Pela manhã, o real se descolou pontualmente do ambiente externo, com investidores aparando parte dos prêmios de risco associados à política fiscal. Após receber um afago ontem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o classificou de “extraordinário ministro”, Fernando Haddad obteve respaldo hoje dos principais bancos do país em encontro na sede do ministério da Fazenda em São Paulo.
Para o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, depois ter superado R$ 5,40 no fechamento na última quarta-feira (R$ 5,4062), o dólar perdeu parte de seu ímpeto com um “discurso mais coordenado” do governo de suporte a Haddad. Ele lembra que, além da declaração de Lula ontem, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, se reuniu com o titular da Fazenda e engrossou o coro a favor de revisão de gastos. “Tivemos hoje também participantes do mercado defendendo a agenda de Haddad. Isso trouxe algum alívio, mas a gente continua a ver um câmbio em nível bem depreciado por conta das incertezas fiscais”, diz. “O mercado ainda espera medidas e uma declaração mais clara de Lula dando apoio à agenda de ajustes de despesas”.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY subiu e voltou a ultrapassar os 105,500 pontos. O euro continua a se enfraquecer em meio à crise política na França, após o presidente francês Emmanuel Macron convocar eleições antecipadas em razão do avanço da extrema direita no Parlamento Europeu. À tarde, dirigentes do Federal Reserve voltaram a mencionar a resiliência da inflação como obstáculo a um corte de juros. A expectativa majoritária de investidores e economistas é a de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncie na quarta-feira (19) manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano, dada a desancoragem das expectativas de inflação e o aumento da percepção de risco fiscal.
Em maio, o BC cortou a Selic em 0,25 ponto porcentual. Após o desconforto com o placar dividido na reunião anterior, quando quatro diretores indicados pelo governo Lula votaram por corte maior da taxa Selic, uma decisão unânime de manutenção em um comunicado duro poderia reduzir o estresse no mercado local. Seria um sinal de que o BC não adotaria postura leniente com a inflação a partir de 2025, quando atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, será substituído e diretores indicados pelo governo Lula serão maioria no Copom.
Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações do Estadão Conteúdo
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.