Dólar fecha em alta com tensão política e fiscal no Brasil; Ibovespa chega perto dos 120 mil pontos

Proximidade das manifestações do dia 7 de setembro e as novelas dos precatórios e do Auxílio Brasil fizeram divisa americana variar 0,25%

  • Por Jovem Pan
  • 01/09/2021 19h22 - Atualizado em 01/09/2021 19h56
Rick Wilking/Reuters cédulas de dólar espalhadas Real não conseguiu se beneficiar do enfraquecimento global da moeda dos Estados Unidos

A cautela prevaleceu no mercado de câmbio doméstico no primeiro pregão de setembro. As tensões políticas e fiscais do Brasil, aliadas à queda das commodities por questões regulatórias e dados fracos na China, impediram o real de se beneficiar do enfraquecimento global da moeda dos Estados Unidos, após números ruins do emprego privado nos EUA reforçarem a tese de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) será muito cuidadoso na retirada de estímulos monetários. Depois de trabalhar majoritariamente em queda pela manhã, o dólar passou a alternar ligeiras altas e baixas ao longo da tarde e se encaminhava para fechar perto da estabilidade.

Embora o ambiente externo seja favorável a divisas emergentes, investidores evitam apostas mais contundentes em uma nova rodada de apreciação do real, devido aos problemas locais. Além da novela dos precatórios e do reajuste do Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família), há temores sobre recrudescimento das tensões político-institucionais, em meio à espera pelas manifestações de 7 de setembro. Pela manhã, o resultado aquém do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre lançou dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira, sobretudo diante do agravamento da crise hídrica.

Vindo de dois meses ruins, o Ibovespa iniciou setembro em tom moderadamente positivo, buscando reaproximação do nível de 120 mil pontos, em alinhamento ao dia majoritariamente favorável em Nova York, mesmo com leituras abaixo do esperado para a geração de empregos no setor privado americano em agosto. A contração no PIB resultou em revisões de estimativas econômicas por instituições financeiras. Por outro lado, ambos os dados contribuem, respectivamente, para aliviar parte da pressão sobre o Federal Reserve e o Banco Central, em momento marcado aqui por tarifa elétrica ainda mais elevada, que redobra a atenção sobre a inflação. O índice de referência da B3 fechou o dia em alta de 0,52%, a 119.395,60 pontos, entre mínima de 118.067,04 pontos e máxima a 119.941,95 pontos, após duas sessões de perdas. Na semana, ainda cede 1,06%, mas retorna nesta quarta a terreno positivo no ano, acumulando leve ganho de 0,32% em 2021. O giro financeiro ficou em R$ 29,9 bilhões na sessão.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.